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Rússia confirma doping de Aleksandr Krushelnitckii, bronze no curling

Aleksandr Krushelnitckii durante um dia de disputa no curling - Aaron Favila/AP
Aleksandr Krushelnitckii durante um dia de disputa no curling Imagem: Aaron Favila/AP

20/02/2018 11h01

A Rússia confirmou nesta terça-feira o doping do russo Alexander Krushelnitski, medalha de bronze nas duplas mistas do curling nos Jogos de Inverno de PyeongChang, na contraprova do exame antidoping.

"O exame deu resultado positivo, o que confirma a presença de uma substância proibida no seu organismo", informou a delegação russa em comunicado.

Aleksandr Krushelnitckii, de 25 anos, está sendo investigado pela Corte arbitral do Esporte (CAS) por consumo de Meldonium, fármaco cardiovascular proibido desde 2016.

A nota dos Atletas Olímpicos da Rússia (OAR, na sigla em inglês) ressalta que o russo tinha testado negativo em todos os exames anteriores, inclusive no teste realizado em 22 de janeiro.

"Desta forma, não se confirma o fato do consumo consciente e sistemático de substâncias proibidas", destaca o comunicado.

A delegação russa insiste que é "bem sabido" que "os efeitos do uso do meldonium se produzem exclusivamente em caso do seu consumo diário".

Além disso, lembrou que "os metabólitos permanecem no organismo da pessoa por cerca de nove meses desde o momento em que termina o consumo desse remédio".

"Os níveis de concentração de meldonium falam do consumo em uma só ocasião de tal fármaco, algo não habitual na prática médica e absolutamente absurdo do ponto de vista de conseguir qualquer tipo de resultado terapêutico", destaca.

A imprensa russa admite várias hipóteses, entre elas uma possível provocação por parte de um inimigo da equipe russa ou inclusive um companheiro do afetado.

Seja como for, a nota adianta que o Comitê Olímpico Russo (COR) abrirá uma investigação minuciosa sobre o caso.

Sobre o caso, o ministro dos Esportes, Pavel Kolobkov, reconheceu que o teste positivo de Aleksandr Krushelnitckiitinha sido uma "falha", mas insistiu que o atleta não pôde tomar Meldonium de forma "premeditada".

O russo, oriundo de São Petersburgo, foi medalha de bronze nas duplas mistas do curling ao lado de sua parceira a esposa, Anastasia  Bryzgalova.

A tenista russa Maria Sharapova foi suspensa em junho de 2016 por dois anos - embora depois sua pena tenha sido reduzida - devido ao consumo de meldonium, modulador metabólico que aumenta o rendimento físico e mental.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, considera que esse fármaco não é uma substância dopante, já que "só fortalece o coração quando há grandes cargas de trabalho".

O cientista letão Ivar Kalvinsh, inventor do Meldonium, disse então à Agência Efe que "dois milhões de pessoas tomam regularmente" esse medicamento prescrito para combater a isquemia e melhorar a circulação sanguínea, tanto no coração como no cérebro.

Kalvinsh, que desenvolveu o remédio em 1976, acredita que é "inadmissível" considerar dopante um fármaco cardiovascular e afirmou que proibir o Meldonium "é como se proibissem a aspirina só porque é popular entre os atletas".

Os russos temem que a suspensão de Aleksandr Krushelnitckiiacarrete em uma punição para toda a equipe do país, que já compete desfalcada e sob bandeira neutra devido às acusações de doping de Estado.