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COI restitui Comitê Olímpico Russo apesar de casos de doping em PyeongChang

28/02/2018 12h05

Moscou, 28 fev (EFE).- O Comitê Olímpico Internacional (COI) restituiu o Comitê Olímpico Russo (COR) nesta quarta-feira, três dias depois do encerramento dos Jogos de Inverno de PyeongChang, nos quais dois atletas do país deram positivo em exames antidoping.

"O COR viu restituídos todos os seus direitos como membro da família olímpica internacional", afirmou o presidente do órgão russo, Aleksandr Zhukov.

Segundo informações divulgadas em comunicado do COI, os exames antidoping realizados nos outros integrantes da equipe olímpica russa, que tiveram de competir sob bandeira neutra na Coreia do Sul, deram negativo.

"Foi dito que, caso fossem cumpridos todos os requisitos, a suspensão provisória seria finalizada após o COI confirmar a ausência de violações da delegação de esportistas olímpicos da Rússia", afirmou Zhúkov.

Por tudo isso, acrescentou, "o COR pode de novo exercer todos seus direitos e cumprir com todas as suas obrigações".

Zhukov também denunciou as "provocações" das quais foram alvo os esportistas russos em PyeongChang, o que não impediu que a atuação fosse "extraordinária", e agradeceu aos torcedores russos que não descumpriram as estritas regras impostas pelo COI.

Quanto às emendas introduzidas no código da Agência Mundial Antidoping (AMA) sobre que só podem sediar competições aqueles países que cumprem com as regras de tal organização, Zhukov disse que são as federações internacionais que têm a última palavra.

Em 5 de dezembro, o COI anunciou a suspensão "com efeitos imediatos" do COR após denunciar "um ataque sem precedentes contra a integridade dos Jogos Olímpicos e o esporte" em alusão às acusações de doping de Estado nos Jogos de Inverno de Sochi 2014.

Então, Zhukov pediu perdão pelas violações das regras antidoping, embora negou categoricamente a existência de um programa estatal de promoção do doping.

Além disso, o COI decidiu excluir de qualquer participação futura nos Jogos Olímpicos o vice-primeiro-ministro russo e antigo titular de Esportes, Vitali Mutko, considerado o principal responsável de uma trama que lembra a da desaparecida República Democrática Alemã.

Dos quatro casos de doping constatados em PyeongChang, dois foram russos, o que deu munição aos que consideram que as acusações são mais do que justificadas.

Os dopings do integrante da equipe de duplas mistas de curling, Aleksandr Krushelnitskii, e da representante russa no bobsled, Nadezhda Sergueyeva, impediu que o COI restituísse o COR a tempo para que os russos pudessem desfilar com sua bandeira na cerimônia de encerramento dos Jogos.

O presidente do COI, Thomas Bach, admitiu que esses dois casos tinham sido decisivos na hora de tomar a decisão a respeito, embora garantiu que a equipe pode recuperar sua bandeira em breve, se não houvesse novas surpresas.

"Já adotamos suficientes sanções contra a Rússia", disse quando um jornalista lhe perguntou se a Rússia poderia voltar a competir como neutra nos Jogos de Inverno de Pequim 2022.