Príncipe saudita acusa ex-presidente do Barça de fraude
A empresa Barcelonas Project's, do príncipe saudita Turkin bin Nasser, acusou o ex-presidente do Barcelona Joan Gaspart de esconder dívidas milionárias no Complexo Real, que inclui o hotel Juan Carlos I e o Palau de Congressos.
Na denúncia, o príncipe saudita pede uma medida cautelar para garantir as responsabilidades civis de Gaspart. Segundo a acusação, o ex-dirigente escondeu uma dívida de 16,6 milhões de euros.
Parte da dívida, segundo o Barcelona Project's, acusa o Grupo Hotelaria Unida, de Gaspart, de ter uma dívida de 15 milhões de euros com a Previdência da Espanha. Já o Palau de Congressos foi colocado pelo ex-presidente do Barça como garantia de um empréstimo de 1,6 milhão de euros, sem o consentimento dos proprietários.
Em entrevista à Agência Efe, Gaspart disse que a denúncia não tem nenhuma base e que atuou de forma correta. Segundo o ex-dirigente, um acordo transparente foi assinado com o Barcelona Project's no fim do período de gestão da HUSA. No documento, afirmou ele, estavam quantificadas as dívidas existentes.
Gaspart foi presidente do Barcelona entre 2000 e 2003. No período, não conquistou nenhum título e ainda vendeu Luís Figo, um dos craques da equipe, para o Real Madrid. Para compensar a perda, o dirigente contratou Marc Overmars, a transferência mais cara da história do clube até a chegada de Zlatan Ibrahimovic em 2009.
Para esconder os débitos, explica a acusação, Gaspart teria usado um contrato que fixava o preço total do projeto. A defesa do príncipe saudita diz que os valores da negociação seriam muito mais baixos se não tivesse havido a omissão das dívidas.
"Ou seja, os acusados ocultaram dolosamente as dívidas contraídas com a Previdência Social para, com evidente intenção de lucrar, fechar um acordo em prejuízo do Barcelona Project's, que jamais seria fechado se a existência das dívidas não fosse ocultada", diz a denúncia do advogado do príncipe saudita, Javier Yagüe.
De acordo com a denúncia, Bin Nasser, movido pela "confiança na relevância social e política de Joan Gaspart, na qualidade de ilustre empresário e dirigente do Barcelona", decidiu arrendar e explorar todo o Complexo Real.
A acusação afirma que, em uma "atuação desesperada para obter dinheiro para atenuar a catastrófica situação financeira da HUSA", pediu um empréstimo de 1,6 milhão de euros, dando como garantia o Palau de Congressos, sem o consentimento do príncipe.
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