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Roma escreve história épica e deixa Barcelona fora da Liga dos Campeões

10/04/2018 17h59

Roma, 10 abr (EFE).- A Roma escreveu um dos capítulos mais épicos de sua história nesta terça-feira, ao vencer no Estádio Olímpico o Barcelona por 3 a 0, revertendo assim a derrota fora de casa por 4 a 1 na partida de ida e avançar às semifinais da Liga dos Campeões, com direito a redenção de dois jogadores que marcaram gols contra no primeiro duelo.

Esta é a terceira vez consecutiva que o time catalão cai na mesma fase do torneio. Os últimos algozes foram Atlético de Madrid e Juventus, que acabaram sendo vice-campeões, ambos derrotados pelo Real Madrid. A equipe italiana, por sua vez, vai ao 'top-4' pela primeira vez na fase moderna da competição, iniciada em 1992. Em 1984, quando contava com Toninho Cerezo e Falcão, foi batida na final pelo Liverpool, nos pênaltis.

Hoje, com uma atuação impecável, especialmente na marcação, anulando Lionel Messi, Luis Suárez e companhia, a Roma abriu o placar aos 6 minutos do primeiro tempo, com o centroavante bósnio Edin Dzeko, que também tinha balançado a rede na ida.

Na etapa complementar, brilharam os dois jogadores que marcaram contra na primeira partida. Aos 13, o volante italiano Daniele de Rossi fez de pênalti. No finzinho, aos 37, o zagueiro grego Kostas Manolas concluiu de cabeça para fazer o terceiro.

O time comandado por Eusebio di Francesco, ex-jogador da própria Roma, contou entre os titulares com Alisson e Juan Jesus, uma das surpresas na escalação. O lateral-direito Bruno Peres e o meia Gérson passaram 90 minutos no banco, assim como o volante Paulinho, último brasileiro do Barça inscrito na competição.

Com a classificação de hoje, o time da capital italiana se junta ao Liverpool, que também se classificou hoje, e aguarda a definição dos dois últimos semifinalistas, que sairão amanhã dos duelos entre Real Madrid e Juventus, e Bayern de Munique e Sevilla.

O sorteio dos confrontos acontecerão nesta sexta-feira, na sede da Uefa, em Nyon, na Suíça.

Para o jogo desta quarta-feira, a Roma entrou em campo com três mudanças, no time titular, com o técnico Eusebio di Francesco trocando o 4-3-3 pelo 3-5-2. A principal novidade foi a presença do volante belga Radja Nainggolan, que ficou fora da ida por estar lesionado.

O Barça, por sua vez, repetiu a mesma formação utilizada na vitória obtida no Camp Nou. Dúvida antes do duelo, por causa de fratura no pé direito, o volante espanhol Sergio Busquets acabou sendo escalado, segundo a imprensa espanhola, após receber infiltração de medicamentos analgésicos.

Logo depois do apito inicial, o time visitante esboçou uma pressão, levando perigo duas vezes antes dos 5 minutos, ambas com Messi. Na primeira, Alisson fez tranquila defesa, mas errou na saída de bola e gerou a segunda ação ofensiva, em que o argentino finalizou para fora.

Aos 6, a Roma surpreendeu, quando De Rossi recebeu bola no círculo central e fez lançamento primoroso para Dzeko, que ajeitou na área, se livrou da marcação de Alba e Umtiti e deu leve toque na saída de Ter Stegen para balançar as redes e abrir o placar.

A partir daí, a equipe da capital italiana apresentou uma postura que acuou o Barcelona, com forte pressão e muita disposição para marcar. Suárez chegou a ser flagrado em impedimento depois de uma cobrança de tiro de meta, Messi começou a buscar a bola no campo de defesa, algo raro nos jogos da equipe catalã.

Os donos da casa ficaram a poucos centímetros de ampliar o placar aos 30 minutos, quando Fazio recebeu na direita e fez cruzamento para Schick, que deu leve desvio de cabeça e mandou a bola à esquerda do gol defendido por Ter Stegen.

Na sequência, a Roma chegou mais uma vez com perigo ao ataque, quando Nainggolan foi acionado na entrada da área e bateu mal, em bola que acabou indo em direção a Schick, que se esticou todo e, por muito pouco, não conseguiu fazer desvio em direção ao gol.

Aos 37, Dzeko teve duas novas oportunidades, primeiro, após cruzamento de Florenzi, ganhando da zaga no alto e testando para a defesa de Ter Stegen. No lance seguinte, após cobrança de escanteio, o bósnio veio de trás e cabeceou por cima do travessão.

O segundo tempo começou com o jogo apresentando o mesmo panorama da etapa inicial. A Roma seguiu não dando qualquer espaço para o adversário respirar, embora tenha demorado para criar chances claras de anotar o segundo gol.

Aos 12, Dzeko recebeu lançamento na área e foi puxado por Piqué. O árbitro francês Clément Turpin chegou a indicar que não havia penalidade, mas em segundos, voltou atrás e marcou a falta. No minuto seguinte, De Rossi foi para a cobrança, encheu o pé e estufou as redes.

A expectativa de a Roma não aguentar fisicamente, não ia acontecendo. Por outro lado, aos 24, a equipe quase balançou as redes, com De Rossi, que após cruzamento da esquerda, ganhou do pequeno Alba no alto e testou para fora.

Absolutamente preso no campo de defesa, o Barça se salvou outra vez aos 36, quando Florenzi cruzou da direita e achou El Shaarawy, que havia substituído Nainggolan um pouco antes, livre para testar e obrigar Ter Stegen a fazer defesa espetacular.

O drama 'blaugrana' e o êxtase 'giallorossi' aumentaram ainda mais aos 37, quando Ünder, que entrou no lugar de Schick mais cedo, cobrou escanteio da direita, Manolas se antecipou no primeiro pau e testou com categoria para balançar as redes e fazer o terceiro.

Aos 41, Messi colocou um nó na garganta de todos os torcedores da Roma, quando pegou sobra de bola na área, conseguiu ganhar disputa da zaga duas vezes e, frente a frente com Alisson, tocou fraco na bola, permitindo boa defesa do goleiro brasileiro.

A agonia romanista foi ainda maior aos 47, quando Piqué se aproveitou de cochilo da zaga e obrigou Alisson a sair do gol para dividir. A sobra ficou com Dembélé, que arriscou da intermediária e quase marcou por cobertura.

A angústia dos minutos finais acabou com o apito final e a confirmação da vitória por 3 a 0, se transformando em explosão dentro e fora do gramado, em comemoração a classificação histórica da equipe italiana.



Ficha técnica:.

Roma: Alisson; Manolas, Fazio e Juan Jesus; Florenzi, De Rossi, Nainggolan (El Shaarawy), Strootman e Kolarov; Dzeko e Schick (Ünder). Técnico: Eusebio Di Francesco.

Barcelona: Ter Stegen; Semedo (Dembélé), Piqué, Umtiti e Jordi Alba; Sergio Busquets (Alcácer), Rakitic, Sergi Roberto e Iniesta (André Gomes); Messi e Luis Suárez. Técnico: Ernesto Valverde.

Árbitro: Clément Turpin (França), auxiliado pelos compatriotas Nicolas Danos e Cyril Gringore.

Gols: Dzeko, De Rossi e Manolas (Roma).

Cartões amarelos: Fazio e Juan Jesus (Roma); Piqué, Messi e Suárez (Barcelona).

Estádio Olímpico, em Roma (Itália).