Juíza de caso da CBF rejeita colocar ex-presidente do Barça em liberdade
A juíza Carmen Lamela rejeitou nesta terça-feira, mais uma vez, colocar em liberdade o ex-presidente do Barcelona Sandro Rosell e o advogado Joan Besolí, detidos sob a acusação de participar de esquema de lavagem de dinheiro na venda de direitos de imagem de jogos da seleção brasileira.
Os dois estão presos preventivamente desde 25 de maio do ano passado, e já pediram a soltura diversas vezes. Na solicitação atual, a alegação foi, justamente, sobre o longo tempo em que estão encarcerados, mais de 300 dias, o que iria contra ao pedido inicial da justiça.
Ambos apontam que não há risco de voltarem a reincidir, inclusive devido a prisão, e também negam que tenham patrimônio no exterior, o que, segundo a acusação, facilitaria uma fuga.
A juíza Carmen Lamela, da Audiência Nacional, justifica a recusa da liberdade e o tempo da prisão preventiva, pela complexidade do processo, que obrigou, inclusive, a realização de diligências no exterior e a verificação de complexa e abundante gama de informações.
A magistrada, além disso, apontou que a fase de instrução está próxima da conclusão e que, essa circunstância, também é relevante, a partir da perspectiva de colocar em risco todo o processo, com a libertação dos envolvidos.
Lamela ainda destaca a possibilidade de Rosell e Besolí terem patrimônio ocultado no exterior, além das amizades de ambos com pessoas influentes em outros países, lembrando, inclusive, de conversas com Ricardo Teixeira, ex-presidente da CBF.
Os dois presos ainda alegam que novas informações da causa "desfiguram" alguns dos indícios, apontando a existência de um "falso relatório" enviado pelo ex-jogador e agora senador, Romário.
Rosell e Besolí garantem haver provas de que a CBF é uma entidade de caráter privado e que "não sofreu prejuízo algum", pela intermediação do ex-presidente do Barça no contrato com a confederação e a International Sport Events (ISE), investigados no processo.
Ambos ainda lembram que não há acusações contra eles na justiça brasileira.
A juíza, no entanto, lembra que nada apontou que a CBF seja de caráter público, no entanto, "tem evidente interesse público", por destinar os recursos financeiros para incentivar e promover o futebol no Brasil, além de formar jovens jogadores.
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