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Martín Silva pega 2 pênaltis, mas Vasco é goleado pelo Racing na Argentina

19/04/2018 22h05

(Corrige 6º parágrafo).

Avellaneda (Argentina), 19 abr (EFE).- A situação do Vasco na Taça Libertadores se complicou nesta quinta-feira com uma derrota para o Racing por 4 a 0 no estádio El Cilindro, em Avellaneda, na Grand e Buenos Aires - e o resultado poderia ter sido pior se o goleiro Martín Silva não tivesse defendido duas cobranças de pênalti de Lisandro López.

López errou duas vezes, mas, também em penalidade, marcou o quarto gol dos donos da casa. Antes disso, Centurión, Martínez e Zaracho já haviam balançado a rede uma vez cada.

O campeão da América em 1998 ainda não sabe o que é vencer na fase atual desta edição do torneio continental e segura a lanterna do grupo 5, com apenas um ponto. Já a 'Academia', que deu a volta olímpica em 1967, abriu frente na liderança, com sete.

A chave tem ainda o Universidad do Chile em segundo lugar, com quatro pontos, e o Cruzeiro, que também tem um. Essas duas equipes medirão forças ainda hoje no Estádio Nacional em Santiago.

Sem margem para erro, o Vasco terá de repetir a façanha da campanha do título de 20 anos atrás. Na ocasião, também somou apenas um ponto nas três primeiras rodadas e, mas venceu dois e empatou um na sequência. A reação terá de começar daqui a uma semana, em novo confronto com o Racing, desta vez em São Januário.

O tetracampeão brasileiro não pôde contar com o atacante Paulinho, que passou por cirurgia no cotovelo direito e será desfalque por cerca de três meses. Com isso, o volante Bruno Silva ganhou uma vaga entre os titulares, em um esquema mais cauteloso. Além disso, na frente, Ríos começou jogando, e Riascos que assistiu a tudo do banco.

No Racing, as ausências foram os meias Neri Cardozo, com um problema muscular, e González, suspenso. Solari e Centurión, este último ex-jogador do São Paulo, foram os escolhidos para aparecer no 11 inicial.

As primeiras chances da partida, surgidas praticamente em sequência, aos seis minutos, foram da 'Academia'. Centurión cobrou escanteio, o zagueiro Donatti, com passagem pelo rival Flamengo, cabeceou livre e Martín Silva defendeu. Logo depois, Martínez encheu o pé no canto esquerdo e o goleiro uruguaio espalmou.

O jogo começou quente, e o Vasco também teve uma oportunidade clara logo aos oito. Wagner fez boa enfiada, e Wellington ficou de frente para a meta, mas arrematou à esquerda do alvo.

Aos 12 minutos, em um lance infeliz de Evander, que derrubou Saravia na área, o árbitro marcou pênalti. Mas mais uma vez brilhou a estrela de Martín, que aproveitou que a cobrança de Lisandro López, ex-Internacional, não foi bem executada e fez a defesa.

O erro do experiente atacante não tirou o ímpeto do Racing, que aos poucos foi tendo o controle das ações. Aos 21, Centurión bateu escanteio e a bola chegou até Soro, que chutou por cima.

O Racing continuou tendo mais a bola, mas o Vasco teve uma sequência de lances perigosos em saídas rápidas e poderia ter se colocado em vantagem. Aos 26 minutos, Wellington tabelou com Ríos e poderia ter batido, mas preferiu devolver, e o centroavante argentino foi bloqueado. Aos 28, o volante preparou para Evander, que arrematou rente ao travessão.

Passado o susto, o time anfitrião voltou a carga e fez 1 a 0 aos 32, com sua principal joia. López aproveitou que a zaga vascaína estava mal posicionada e acionou Centurión, que bateu cruzado e enfim vazou Martín Silva.

Embalado, o Racing marcou o segundo seis minutos depois, com mais uma participação de Centurión. Aos 38, o ex-jogador do São Paulo recebeu de Zaracho e cruzou rasteiro, encontrando Martínez, que completou e marcou pela quarta vez nesta Libertadores.

A situação do Vasco poderia ter ficado ainda pior, já que houve outro pênalti contra os visitantes, aos 45 minutos, desta vez de Erazo em Martínez. López cobrou novamente, agora no cantinho esquerdo, e Martín Silva pegou de novo.

A alegria - ou alívio - da torcida vascaína não durou muito tempo, já que o campeão da Libertadores de 1967 voltou sufocando. Aos quatro minutos, Martín afastou apenas parcialmente após o escanteio, Domínguez devolveu para o meio e Donatti cabeceou por cima.

Dois minutos depois, aconteceu o terceiro. Wellington vacilou, Zaracho recolheu, deu um drible da vaca em Paulão, limpou o goleiro e só não entrou com bola e tudo porque teve humildade para aumentar a vantagem.

O Racing passeava, mas faltava o de López, para quem a sorte voltou a sorrir aos 15 minutos. Saravia sofreu outra penalidade, agora de Wagner, o camisa 15 bateu outra vez, agora no canto direito, e fez 4 a 0.

A intensidade do jogo diminuiu bastante a partir do quarto gol. A equipe carioca não teve forças para reagir e, nas poucas investidas, cometeu erros bobos, com aos 26. Wagner tabelou com Ríos e fez o levantamento, mas exagerou na força e entregou nas mãos do goleiro Musso. Mais tarde, aos 33, Pikachu cruzou, o próprio Wagner ficou com a sobra e concluiu mal, cedendo tiro de meta.

Após ter dado um certo refresco para a retaguarda adversária, o time argentino voltou a incomodar aos 34. Soto cruzou da esquerda e encontrou Zaracho livre, mas o meia carimbou a trave.

A partir de então, o Racing trocou passes à espera do apito final. Mansilla, que havia substituído Martínez, ainda tentou uma última investida, aos 43, girando para cima da marcação, mas chutou com desvio e ficou com o escanteio, que não foi aproveitado.



Ficha técnica:.

Racing: Musso; Saravia, Sigali (Barbieri), Donatti e Soto; Domínguez, Zaracho, Solari e Centurión (Meli); Martínez (Mansilla) e López. Técnico: Eduardo Coudet.

Vasco: Martín Silva; Yago Pikachu, Erazo, Paulão e Henrique; Desábato, Wellington, Bruno Silva (Caio Monteiro), Wagner e Evander (Rildo); Ríos. Técnico: Zé Ricardo.

Árbitro: Ulises Mereles (Paraguai), auxiliado pelos compatriotas Milciades Saldivar e Roberto Cañete.

Cartões amarelos: Sigali (Racing); Wagner e Wellington (Vasco).

Gols: Centurión, Martínez, Zaracho e López (Racing).

Estádio: El Cilindro, em Avellaneda (Argentina).