Governo peruano diz que não vai tolerar ameaças a hotel no caso Guerrero

Lima, 15 mai (EFE).- O governo do Peru anunciou nesta terça-feira que não irá tolerar as ameaças que estão sendo feitas nas redes sociais contra o Swissotel, local onde o atacante Paolo Guerrero ficou hospedado no fim do ano passado junto com a seleção peruana, e que, segundo os advogados de defesa do jogador, teria sido o responsável pela contaminação de um chá que o deixou fora da Copa do Mundo da Rússia.

"Não vamos tolerar postagens incentivando saques no hotel e outras ações criminosas, e advertimos que a Polícia Nacional está tomando todas as providências neste caso", afirmou a vice-ministra de Ordem Interna, Nataly Ponce, segundo informações da imprensa peruana.

Guerrero ficou fora da Copa após receber uma suspensão de 14 meses pela Corte Arbitral do Esporte (CAS) nesta semana, devido ao resultado positivo para a substância benzoilecgonina, principal metabólito da cocaína, em um exame antidoping realizado no fim do ano passado. Na ocasião, o jogador estava concentrado neste hotel com a seleção peruana para uma partida contra a Argentina. A defesa do atacante afirma que ele teria bebido um chá de coca contaminado no hotel.

Por causa dessa versão que circula há várias semanas no país, torcedores têm exigido que a seleção peruana não se concentre mais no Swissotel e vêm incentivando atos violentos contra o local. Com toda essa repercussão, o hotel decidiu desativar suas redes sociais.

A vice-ministra do Peru reiterou que o governo não vai admitir "que a indústria hoteleira e comercial seja vítima destes crimes" no país, mas confirmou que as autoridades permitirão uma manifestação marcada por torcedores na praça San Martín, nesta terça-feira, no centro histórico de Lima, em repúdio à decisão da CAS.

"Respeitamos as manifestações a favor, neste caso, do jogador. Pedimos que solicitem as autorizações legais e também que respeitem a ordem e o direito à propriedade privada", afirmou.

O Peru comemora a classificação para uma Copa do Mundo 36 anos depois de sua última participação e contava com Paolo Guerrero para liderar a equipe no Mundial. Com a decisão da CAS, além de não poder jogar a Copa, o atacante só poderá voltar a entrar em campo no dia 13 de janeiro de 2019.