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Em crise e sob pressão, Argentina vai para o tudo ou nada contra a Nigéria

25/06/2018 12h56

São Petersburgo (Rússia), 25 jun (EFE).- A seleção argentina enfrentará nesta terça-feira a Nigéria, no estádio Krestovsky, em Sâo Petersburgo, não só com a corda no pescoço, já que precisa de uma vitória e de um tropeço da Islândia para ir às oitavas de final da Copa do Mundo, como em meio a uma crise sem precedentes.

Na história da competição, técnicos já foram demitidos, elencos racharam, jogadores ofenderam comandantes, atletas foram dispensados, mas, poucas vezes tantos problemas aconteceram em uma mesma concentração, como sugerem os relatos dos jornalistas que acompanham a 'Albiceleste'.

As publicações locais apontam que Jorge Sampaoli esteve perto de ser demitido e não teria mais qualquer liderança sobre o elenco, tanto é que, a escalação para o jogo decisivo não seria dele, mas sim, uma imposição dos principais expoentes do elenco. O presidente da Associação de Futebol Argentina (AFA), Claudio Tapia, desmentiu todas essas informações, no entanto.

O fato é que a atual vice-campeã mundial só somou um ponto em duas rodadas, em empate com a Islândia em 1 a 1, e na avassaladora derrota para a Croácia por 3 a 0. Para piorar, nos dois jogos, o atacante Lionel Messi não foi sombra do craque que é no Barcelona, com atuações apagadas em ambas as partidas.

Com um ponto, a Argentina está na lanterna da chave, já que tem pior saldo de gols que os islandeses. Sendo assim, a vitória contra a Nigéria, que tem três pontos, é a única saída, embora não garanta classificação automática.

Além do resultado positivo, será preciso torcer para que a Croácia não perca para a Islândia. Caso os nórdicos levem a melhor no duelo europeu e haja empate, a diferença entre os gols marcados e sofridos será o primeiro critério, seguido pelo número de vezes que a rede é balançada.

Os nigerianos, por sua vez, carimbarão passaporte às oitavas com uma vitória, independente do resultado da outra partida. A classificação representaria a quarta presença entre os 16 melhores, em seis Copas disputadas, depois da passagem da fase de grupos em 1994, 1998 e 2014.

Na escalação, a Argentina, certamente apresentará mudanças com relação a derrota para os croatas. Caballero pode dar lugar a Armani no gol. O sistema com linha de quatro defensores também deverá ser retomado, com Salvio, Mercado, Otamendi e Tagliafico no setor.

No meio, Mascherano, Pérez e Banega, provavelmente, atuarão juntos. No ataque, Messi e Di María são presenças quase certas, enquanto Higuaín é favorito a atuar no comando de ataque, em lugar de Agüero.

Caso este alinhamento se confirme, a seleção argentina terá utilizado 16 dos 23 jogadores como titulares, em, pelo menos, uma das três primeiras partidas na competição. Tamanha incerteza e o ambiente conturbado, no entanto, não tiram a esperança do veterano volante Javier Mascherano.

"Eu vou acreditar nesse meninos até o fim, porque muitos deles me levaram a jogar três finais", afirmou o ex-Corinthians, em referência ao Mundial disputado no Brasil, há quatro anos, e as duas últimas edições da Copa América.

A Nigéria, por sua vez, virá com força máxima, apesar da fratura na mão esquerda do meia John Obi Mikel. Apesar do problema sofrido nos minutos finais do duelo com a Islândia, o capitão dos Super Águias deverá atuar com imobilização no local.

Outro que vai para o jogo é o polivalente Victor Moses, atacante de origem, que vem se notabilizando por jogar na ala-direita, inclusive, com a camisa da seleção. O camisa 11 recebeu elogios do técnico alemão Gernot Röhr, na véspera do duelo.

Esta será a quinta vez que argentinos e nigerianos se enfrentarão em Mundiais. Todos os outros jogos também aconteceram em fases de grupos, sempre com a 'Albiceleste' levando a melhor, por 2 a 1 , em 1994; 1 a 0, em 2002; 1 a 0, em 2010; e 3-2, em 2014.



Prováveis escalações:.

Nigéria: Uzoho; Ekong, Balogun e Omeruo; Moses, Obi Mikel, Ndidi, Etebo e Idowu; Iheanacho e Musa. Técnico: Gernot Röhr.

Argentina: Armani; Salvio, Mercado, Otamendi e Tagliafico; Mascherano, Enzo Pérez e Banega; Messi, Di María e Higuaín. Técnico: Jorge Sampaoli.

Árbitro: Cuneyt Cakir (Turquia), auxiliado pelos compatriotas Bahattin Duran e Tarik Ongun.

Estádio Krestovsky, em São Petersburgo (Rússia).