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Em jogo marcado pelo VAR, Portugal segura empate com o Irã e vai às oitavas

25/06/2018 17h21

Saransk, 25 jun (EFE).- Em jogo com o maior número de intervenções do VAR na Copa do Mundo, Portugal sofreu para empatar com o Irã em 1 a 1, nesta segunda-feira, na Mordovia Arena, e garantiu assim classificação às oitavas de final.

O primeiro gol do jogo veio dos pés de um velho conhecido da torcida portuguesa, mas que havia ficado de fora das últimas três Copas do Mundo por opção dos técnicos: Ricardo Quaresma. O veterano meia-atacante, famoso pelas finalizações de trivela, bateu de três dedos, no ângulo, aos 44 minutos da etapa inicial, sem chances de defesa para Ali Berianvard.

O drama lusitano começou no início do segundo tempo. Aos 4 minutos, Cristiano Ronaldo, vice-artilheiro da Copa ao lado de Romelu Lukaku, da Bélgica, com quatro gols, teve a chance de empatar com o inglês Harry Kane. O craque foi derrubado na área, em lance só marcado após o árbitro paraguaio Enrique Cáceres consultar o sistema de vídeo, mas cobrou mal, nas mãos do goleiro iraniano.

O lance empolgou o Irã, que partiu para cima de Portugal e empatou o jogo já nos acréscimos, aos 46, em outro lance indicado depois do uso do VAR. Após bola levantada na área, Azmoun cabeceou no braço de Cedric. Ansarifard bateu no capricho e igualou.

O VAR ainda foi usado em um lance polêmico envolvendo Cristiano Ronaldo. Antes do gol de empate, aos 37 minutos, o craque acertou Rezabian em uma disputa de bola na intermediária. Depois de rever o lance, Cáceres puniu o atacante português apenas com o amarelo.

Com o gol sofrido no fim, Portugal ficou com a segunda posição do grupo B, empatada em pontos com a Espanha, mas atrás no saldo de gols. Desta forma, terá como adversário nas oitavas de final o Uruguai, líder do grupo A, no próximo sábado, no Estádio Olímpico Fisht, em Sochi.

Já a Espanha vai encarar a Rússia, que ficou em segundo no grupo A, no domingo, no Estádio Luzhniki, em Moscou. O Irã se despediu da Copa do Mundo com a terceira posição do grupo B, com quatro pontos, e o Marrocos foi o lanterna, com 1.

Para a partida decisiva, Fernando Santos fez três mudanças em Portugal. Sem João Moutinho, gripado, Adrien Silva ganhou vaga no meio de campo. As duas mudanças foram por opção técnica. André Silva substituiu o apagado Gonçalo Guedes no ataque. E o veterano Ricardo Quaresma ganhou o lugar de Bernardo Silva pela ponta direita.

Já Carlos Queiroz manteve o esquema com quatro zagueiros e cinco meias utilizados pelo Irã na derrota para a Espanha, por 1 a 0, fazendo uma única mudança no time. Mais ofensivo, Alireza Jahanbakhsh entrou no lugar de Karim Ansarifard pelo lado direito.

A tradicional postura defensiva iraniana, porém, não se repetiu em Saransk. Precisando do resultado para ficar com a vaga na próxima fase, o Irã começou mais aberto. Portugal aproveitava os espaços cedidos pelo adversário para criar oportunidades de gol.

A primeira delas veio aos 2 minutos. Depois de lançamento na esquerda, João Mário ajeitou para Cristiano, que invadiu a área e soltou uma bomba, forçando Berianvard a defender em dois tempos.

Na sequência, dois vacilos iranianos quase foram aproveitados pelos portugueses. Aos 8, Berianvard bateu cabeça com Pouraliganji. A bola sobrou nos pés de João Mário, que pegou mal e isolou. Dois minutos depois, aos 11, o goleiro do Irã errou outra vez e caçou borboleta após cruzamento. Por sorte, a zaga estava bem posicionada e conseguiu afastar o perigo.

Depois da pressão inicial de Portugal, o Irã equilibrou as ações e começou a assustar Rui Patrício. A primeira chance veio aos 21. Azmoun saiu da área e deu pelo passe Jahanbakhsh, na cara do goleiro português, que precisou sair do gol para impedir a finalização.

Patrício salvou outra vez aos 33 minutos. Raphael Guerreiro fez falta dura em Jahanbakhsh pela direita. Na cobrança, Ezatohali ganhou dos zagueiros pelo alto e desviou na primeira trave. Bem posicionado, o goleiro português fez a defesa em dois tempos.

Com dificuldades de receber perto da área, Cristiano começou a voltar para buscar o jogo e arriscou de longe aos 39 minutos, no meio do gol. Berianvard segurou firme, com segurança.

Na tentativa seguinte, cinco minutos mais tarde, aos 44, o goleiro iraniano não teve a mesma sorte. Quaresma tabelou com Adrien Silva e chutou de trivela, no ângulo. Berianvard se esticou, mas não conseguiu impedir o primeiro gol de Portugal no jogo.

Cristiano Ronaldo teve chance de ampliar no primeiro lance de perigo do segundo tempo. Aos 4 minutos, o craque do Real Madrid foi derrubado na área, mas o pênalti só foi marcado após a arbitragem consultar o VAR. Na cobrança, o astro telegrafou o chute no canto esquerdo. Esperto, Berianvard percebeu o movimento e fez a defesa.

O erro acordou os iranianos. Aos 12 minutos, Jahanbakhsh foi à linha de fundo pela direita e cruzou rasteiro. Pepe se antecipou a Azmoun, que estava pronto para finalizar, e tocou para escanteio.

Apesar de o adversário dar mais espaços, Portugal errava demais. Nervosa em campo, a equipe de Fernando Santos tinha muita dificuldade na troca de passes, e a bola pouco chegava a Cristiano, visivelmente mordido e querendo a redenção pelo pênalti perdido.

Aos 20 minutos, o craque recebeu de William na esquerda, cortou para o meio costurando a zaga e finalizou com força. Batido no lance, Berianvard só olhou a bola passar ao lado da trave.

Santos e Queiroz resolveram mexer no mesmo momento, aos 24 minutos, e com objetivo similar: melhorar o setor ofensivo. Pelo Irã, Ghoddos entrou no lugar de Jahanbakhsh, um dos melhores no time no jogo até então, mas que apresentava sinais de cansaço. Por Portugal, Bernardo Silva substituiu Quaresma.

No primeiro lance em campo, três minutos mais tarde, aos 27, Ghoddos assustou. O camisa 14 recebeu na entrada da área e finalizou rasteiro, perto da trave direita. Rui Patrício só olhou.

O Irã reclamou de pênalti muito aos 29 minutos. William Carvalho se embolou com Azmoun, que caiu na área. Queiroz protestou muito para pedir o uso do VAR e foi repreendido pelo árbitro paraguaio Enrique Cáceres, que mandou o lance seguir.

Cáceres teria mais trabalho até o fim do jogo. Aos 34 minutos, Cristiano Ronaldo deixou a mão em Rezabian em uma disputa de bola na intermediária para irritação dos iranianos. Indeciso, o paraguaio consultou o sistema de vídeo e deu apenas cartão amarelo.

Aos 46 minutos, o VAR foi consultado mais uma vez. Depois de cruzamento na área, Azmoun cabeceou, e a bola tocou no braço de Cedric. Depois de muito analisar, Cáceres marcou o pênalti. Ansarifard cobrou no ângulo e deixou tudo igual.

O Irã ainda teve a chance da classificação nos pés de Taremi, aos 49 minutos. Depois de chute bloqueado pela zaga de Portugal, a bola sobrou nos pés do meia-atacante, que, na cara de Rui Patrício, acertou a lateral da rede, para desespero da torcida iraniana e alívio dos atuais campeões europeus.



Ficha técnica:.

Irã: Ali Berianvard; Rezabian, Morteza Pouraliganji, Hosseini e Hajsafi (Mohammadi); Taremi, Jahanbakhsh (Ghoddos), Ezatolahi (Ansarifard), Ebrahimi, Hajsafi e Amiri; Azmoun. Técnico: Carlos Queiroz.

Portugal: Rui Patrício; Cedric, Pepe, José Fonte e Raphael Guerreiro; Quaresma (Bernardo Silva), William Carvalho, Adrien Silva e João Mário (João Moutinho); André Silva (Guedes) e Cristiano Ronaldo. Técnico: Fernando Santos.

Árbitro: Enrique Cáceres (Paraguai), auxiliado pelos compatriotas Eduardo Cardozo e Juan Zorrilla.

Cartões Amarelos: Raphael Guerreiro, Quaresma e Cristiano Ronaldo (Portugal); Hajsafi (Irã).

Gol: Quaresma (Portugal); Ansarifard (Irã).

Estádio: Mordovia Arena, em Saransk.