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Menotti reduz tom após áudio vazado, mas mantém críticas ao futebol argentino

19/07/2018 18h08

Buenos Aires, 19 jul (EFE).- O ex-técnico César Luis Menotti, que comandou a Argentina no título da Copa do Mundo de 1978, afirmou nesta quinta-feira que "o futebol argentino está em uma situação catastrófica" e que o presidente da Associação do Futebol Argentino (AFA), Claudio Tapia, "não é bem aconselhado".

Nesta manhã, a imprensa argentina divulgou um áudio no qual Menotti dizia que gostaria de matar os dirigentes da federação com uma arma após ler que a federação estaria montando uma sede na cidade de Marbella, na Espanha, para recrutar jogadores.

Em entrevista à "Radio Cooperativa", Menotti diminuiu o tom das falas vazadas, mas manteve as críticas à atual gestão do futebol argentino.

"Aumentaram com uma intenção que não era a minha. Agora me explicam que a sede é oferecida de graça, em comodato, mas não vejo utilidade. Eu falava com um amigo e disse bobagens, como pegar uma arma. Depois me informei que não compraram, que só foram ver o prédio", explicou.

Totalmente contra a ideia de uma sede da federação em Marabella, o ex-treinador criticou Claudio Tapia por ainda não ter encontrado um técnico para a seleção argentina após a demissão de Jorge Sampaoli no último domingo.

"O futebol argentino está em uma situação catastrófica. Este momento do futebol argentino é de tensão. Tapia é um homem que não tem experiência para onde se meteu. Parece que ele está sozinho e quer resolver problemas. Não é bem aconselhado. Como vai ver isso (sede na Espanha) quando ainda não tem treinador?", questionou.

"Há uma ansiedade de querer resolver assuntos que não foram resolveram nos últimos 20 anos. Querem resolver tudo em uma semana. O presidente não tem que participar de coisas que são arriscadas e incômodas. Eu não ofendo a honra de Tapia. Não era o momento de ir para a sede de Marbella. Não deveria ter ido neste momento", complementou.

Menotti também se disse incomodado pelo fato de Guillermo Barros Schelotto, atual técnico do Boca Juniors, não estar na lista de possíveis candidatos a suceder Sampaoli.

"Com os últimos dois títulos do Campeonato Argentino que ganhou, que o incluam em uma lista de 200 nomes. Vejo o presidente do Boca (Daniel Angelici) propondo o técnico do River Plate (Marcelo Gallardo). É meio cômico", afirmou.

"Cada um movimenta as suas fichas. O entorno de Tapia não deveria opinar, que se discuta dentro. Não pode cada membro do comitê executivo ter um candidato. Há manobras para cada lado", acrescentou.