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Wada reabilita agência antidoping da Rússia após 3 anos de suspensão

20/09/2018 11h35

Moscou, 20 set (EFE).- A Agência Mundial Antidoping (Wada) reabilitou nesta quinta-feira a Agência Antidoping Russa (Rusada), cuja licença estava suspensa há três anos devido às acusações de doping de Estado.

O presidente da Wada, o britânico Craig Reedie, explicou que "a grande maioria" do comitê executivo do órgão decidiu restituir a Rusada, embora com "condições estritas", segundo informou a agência internacional pelo Twitter.

Uma dessas condições consiste em dar pleno acesso à Wada por um período "concreto" aos dados e exames realizados pelo antigo laboratório antidoping de Moscou, supostamente envolvido em um esquema para encobrir os resultados positivos dos atletas russos.

"Se esses prazos forem descumpridos, então a Rusada será novamente suspensa", advertiu a entidade.

Segundo fontes oficiais divulgadas pela imprensa russa, nove dos 12 membros do comitê da Wada apoiaram a reabilitação da agência, apesar da oposição da Comissão de Atletas da Federação Internacional de Atletismo (IAAF).

"Exigimos que votem contra a recomendação para reabilitar a Rusada e solicitamos que se cumpra em sua totalidade o roteiro estabelecido originalmente, inclusive o reconhecimento e a aceitação das evidências e fatos detalhados no relatório McClaren", afirma a carta divulgada na quarta-feira pela comissão à Wada.

O comitê independente que revisa o cumprimento das normas antidoping por parte da Rússia havia solicitado na semana passada para que a Wada voltasse a credenciar a agência russa.

A vice-primeira-ministra russa encarregada dos esportes, Olga Golodets, elogiou a decisão da AMA e destacou que "a Rússia fez nos últimos anos um grande trabalho para criar condições transparentes e compreensíveis para a luta contra o doping".

"A Rússia confirmou sua submissão aos princípios da luta por um esporte limpo. Pela primera vez foram introduzidas mudanças em nível legislativo que contemplam a responsabilidade penal por estimular o consumo de substâncias proibidas", afirmou Golodets.

Influenciou na decisão da Wada o fato de que, em maio, o vice-primeiro-ministro russo Vitaly Mutko, apontado pela imprensa internacional como o responsável pelo programa de doping de Estado na Rússia, deixou de ser o encarregado de esportes no novo governo russo.

O Comitê Olímpico Internacional (COI), além de ter obrigado os atletas russos a competirem nos últimos Jogos Olímpicos de Inverno de PyeongChang com bandeira neutra, excluiu Mutko permanentemente com base nas denúncias de doping de Estado.

Devido às acusações do principal delator da Agência Mundial Antidoping, Grigory Rodchenkov, ex-diretor do laboratório antidoping da Rússia, a equipe de atletismo russa não pôde participar dos últimos Jogos Olímpicos e os atletas paralímpicos russos foram excluídos tanto das competições no Rio de Janeiro como em PyeongChang.