Campeonato da Indonésia é suspenso após assassinato de torcedor
A Associação de Futebol da Indonésia (PSSI, sigla em indonésio) anunciou a suspensão da primeira divisão de futebol nacional, a Liga 1, por um período indeterminado, depois que um torcedor morreu espancado por integrantes de uma torcida rival, no último domingo (23).
O presidente da PSSI, Edy Rahmayadi, disse que a paralisação permitirá que as autoridades avancem na investigação do fato, de acordo com um comunicado divulgado na noite de terça-feira.
Edy acrescentou que o comitê disciplinar da entidade vai se reunir para determinar as sanções contra o Persib Bandung, cujos torcedores foram responsáveis pela violência.
O anúncio ocorreu depois que o ministro dos Esportes indonésio, Imam Nahrawi, pediu, durante entrevista coletiva, que a PSSI suspendesse a competição durante duas semanas como gesto de respeito aos familiares da vítima e punir os responsáveis.
"Isto merece um momento de reflexão para percebermos que a vida é muito mais valiosa que o futebol", disse Imam, em um outro comunicado do ministério.
Um grupo de torcedores do Persib, alguns carregando objetos pesados, espancaram até a morte Haringga Sirila, torcedor do Persija Jakarta, antes do início da partida entre as duas equipes. O crime aconteceu nos arredores do estádio Lautan Api, em Bandung, a 150 km da capital Jacarta.
Vídeos que circularam nas redes sociais após o ataque mostram uma multidão de torcedores do Persib rodeando o corpo de Haringga, sendo que alguns deles comemoravam.
A polícia de Bandung já tem oito suspeitos pela morte, mas alertou que mais pessoas podem estar envolvidas.
A gestão do presidente da PSSI tem sido questionada por políticos e parte da sociedade, que iniciou uma campanha contra ele na internet que conta já com mais de 60 mil assinaturas.
Seus críticos questionam a compatibilidade de seu cargo com o de governador da província de Sumatra do Norte.
Clima de tensão antes da partida
A tensão no clássico já era vista antes mesmo de a bola rolar. Os jogadores do Persija Jakarta precisam andar de carro blindado da polícia, o popular "caveirão", na cidade. Eles usaram o veículo quando chegaram ao hotel e quando saíram para o estádio.
"Eu nunca tinha vivenciado o que vivi aqui. Desde a chegada à cidade (Bandung) fomos muito hostilizados pela torcida rival. No caminho para o estádio, eles tentaram tombar o 'caveirão' conosco dentro. Foi tenso", explicou Renan ao UOL Esporte na última terça-feira (26).
Dentro de campo, o time de Renan Silva perdeu por 3 a 2. O clima hostil também entre os atletas resultou em cinco cartões amarelos para cada lado durante a partida. O brasileiro foi um dos advertidos pela arbitragem.
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