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Kanté recusou receber parte de salário do Chelsea em paraíso fiscal

14/11/2018 15h06

Paris, 14 nov (EFE).- O volante francês N'Golo Kanté rejeitou que parte do salário que recebe do Chelsea fosse pago através de uma empresa criada em paraíso fiscal, para fugir da cobrança de impostos, segundo revelou nesta quarta-feira o consórcio de veículos de imprensa que publica material do chamado "Football Leaks".

O caso aconteceu em meados de 2016, quando o clube londrino buscou a contratação do jogador junto ao Leicester. A proposta salarial era de 5 milhões de euros (R$ 21,4 milhões, em valores atuais) anuais, brutos, com parte sendo destinada a uma empresa sediada na Ilha de Jersey.

O objetivo, segundo as informações que foram tornadas públicas hoje, era evitar a taxação no valor, em 1 milhão de euros (R$ 4,2 milhões). Kanté, inicialmente, aceitou a proposta e autorizou o pagamento de parte do montante, como direito de imagem.

No momento de fechar o acordo, no entanto, o jogador francês, que se tornaria campeão mundial neste ano, voltou atrás e rejeitou a proposta, exigindo que o Chelsea não recorresse a paraísos fiscais.

O "Football Leaks" vazou um email enviado por um dos empresários de Kanté ao clube, dizendo que o jogador não quer correr riscos de ser acusado de qualquer irregularidade.

"Após ter lido várias notícias na imprensa sobre os direitos de imagem e as investigações contra jogadores e clubes, N'Golo está mais preocupado com o fato de que o sistema proposto a ele possa ser descoberto pelo fisco", diz o texto do agente do jogador.

Os representantes do Chelsea insistiram para que o esquema fosse posto em prática, mas, dez dias depois da primeira mensagem, o agente garante que Kanté "é inflexível" sobre o assunto.

Posteriormente, jogador e clube chegaram a um acordo em que o francês aceita que 20% do salário seja pago como direitos de imagem, que é tributado com a metade a alíquota que incidiria sobre o salário.

O Chelsea admite que o pagamento é feito através de uma empresa sediada no Reino Unido. Os tributos sobre o valor, segundo aponta o acordo entre as partes, são divididos entre jogador e clube.