Topo

Treinador de atletismo de clube holandês é acusado de abusar de menores

Favor_of_God / iStock Photo
Imagem: Favor_of_God / iStock Photo

Da EFE, em Haia (Holanda)

05/01/2019 12h59

Um treinador de atletismo de uma escola da cidade de Roterdã abusou de nove meninas de entre 11 e 18 anos nos últimos 35 anos, o que em alguns casos acabou em gestações das menores, confirmou neste sábado (5) a União de Atletismo da Holanda.

No verão, o já ex-treinador confessou diante do comitê disciplinar do Instituto de Justiça Desportiva holandês ter abusado com frequência das menores esportistas, mas ao não haver nenhuma denúncia ou queixa formal contra si, não foi iniciado nenhum processo judicial, segundo uma investigação do jornal holandês De Telegraaf.

"Como União de Atletismo, não podemos fazer nenhuma declaração. É necessária a cooperação das vítimas ou do suspeito; caso contrário, estamos com as mãos atadas", explicou Pieke de Zwart, diretor da União de Atletismo.

Esta organização foi informada do caso em 2017 através de um assessor confidencial de um clube de atletismo, o que levou à demissão do treinador e à sua expulsão permanente da União, que desde então, esteve "ocupada com o relançamento do plano de prevenção de comportamentos similares", segundo De Zwart.

O promotor do Instituto de Justiça Esportiva, Rob van Bokhoven, escreveu em um documento que o treinador Jerry M. "não expressou arrependimento e nem mostrou empatia" por suas vítimas, e que parece que "tinha tudo calculado".

Além disso, acrescentou que, no caso de pelo menos três vítimas, os abusos "tiveram um impacto muito negativo e irreparável na condição mental e na vida diária" e considerou que "os fatos são tão graves, que na realidade devem ser julgados sob a lei penal".

Em comunicado, a associação de atletismo Van Energie explicou que Jerry M., de 58 anos, trabalhou durante 15 anos no clube, mas adverte que foi demitido sob suspeitas de "comportamentos inaceitáveis".

Ainda não se sabe se alguém levará o caso aos tribunais, mas segundo o De Telegraaf, que falou com algumas das vítimas, os crimes cometidos já teriam prescrito, embora este meio tenha ressaltado que o drama do abuso é muito maior do que está em conhecimento da União de Atletismo, já que inclui até pornografia animal.