Topo

Seleção feminina dos EUA processa Federação por discriminação de gênero

08/03/2019 14h23

Nova York, 8 mar (EFE).- As 28 jogadoras da seleção de futebol americana processaram nesta sexta-feira a Federação de Futebol dos Estados Unidos por discriminação de gênero, após vários meses de um conflito sobre condições de trabalho e igualdade salarial com os companheiros de profissão homens.

A denúncia, apresentada em um tribunal federal de Los Angeles, na Califórnia, vem três meses antes da Copa do Mundo feminina. As jogadoras acusam a federação de "discriminação de gênero institucionalizada" durante anos.

As acusações não se concentram apenas em questões salariais, mas também nos lugares onde jogaram e cada quanto tempo, as maneiras como foram treinadas, os tratamentos médicos e o apoio recebido e, inclusive, o transporte para disputar as partidas.

Esta não é a primeira vez que a Federação enfrenta acusações deste tipo: em 2016, cinco jogadoras da seleção apresentaram uma queixa à Comissão de Igualdade de Oportunidades por discriminação salarial, mas a falta de uma decisão por parte da organização motivou o processo em um tribunal federal.

As jogadoras responsáveis pelo processo solicitaram um status de ação de classe e querem representar qualquer jogadora que forme ou tenha feito parte da seleção feminina desde 4 de fevereiro de 2015, por isso o número total pode incluir várias outras.

As atletas, entre elas Carli Lloyd, Megan Rapinoe e Alex Morgan, destaques da seleção, pedem uma indenização por danos e prejuízos, uma quantia que pode chegar a milhões de dólares, segundo o jornal "The New York Times".

"Cada uma de nós é extremamente orgulhosa de vestir o uniforme dos Estados Unidos levamos seriamente a responsabilidade que isso implica. Acreditamos que a luta pela igualdade de gênero no esporte faz parte dessa responsabilidade", disse Morgan em declarações ao "Wall Street Journal".

As jogadoras argumentam que a elas são exigidas a disputar mais partidas que os homens, ganhar mais jogos e, mesmo assim, recebem um salário menor que os colegas. EFE