Presidente do PSG presta depoimento em investigação de corrupção no esporte
O presidente do Paris Saint-Germain, Nasser Al-Khelaifi, prestou depoimento há três dias, como testemunha em uma investigação da justiça francesa sobre irregularidades na escolha das sedes dos Jogos Olímpicos de 2016 e 2020, e de edições do Campeonato Mundial de Atletismo.
De acordo com a emissora de televisão francesa "Mediapart", que veiculou ontem a informação, o dirigente catariano depôs ao juiz Renaud Van Ruymbeke, especializado em casos de crimes financeiros, como "testemunha assistida", estatuto que ficaria entre uma simples testemunha e acusado.
Al-Khelaifi foi convocado pelo envolvimento com o Qatar Sport Investment (QSI), filial do fundo soberano do Catar, e pela sociedade com o irmão Khalid, em outra empresa, a Oryx-Qatar Sport Investments, segundo a "Mediapart".
A QSI foi citada em investigações da Promotoria Nacional Francesa, sobre redes de corrupção na escolha do Rio de Janeiro como sede dos Jogos de 2016, e de Tóquio para a edição de quatro anos depois, assim como para sedes de Mundiais de Atletismo.
Os promotores abriram o caso em 2016, a partir da movimentação financeira considerada suspeita de Papa Massata Diack, filho do ex-presidente da Federação Internacional de Atletismo, o senegalês Lamine Diack, ocultadas em atividades do setor de marketing da entidade esportiva.
A investigação está concentrada, especialmente, em comissões que teriam sido pagas para o encobrimento de testes positivo de doping de atletas russos, e também para favorecer as candidaturas de Rio e Tóquio, para os Jogos Olímpicos.
Dessa forma, foram descobertas duas transferências suspeitas, feitas em outubro e novembro de 2011, que totalizaram US$ 3,5 milhões (R$ 13,5 milhões) da Oryx-Qatar Sport Investments para a Pamodzi Sport Consulting, que seria dirigida por Papa Massata Diack.
No depoimento, Nasser Al-Khelaifi garantiu que não sabia dos pagamentos até poucos dias atrás, e disse que a responsabilidade sobre a empresa recai totalmente sobre o irmão.
De acordo com a "Mediapart", a Oryx se comprometu a comprar os direitos de televisão do Campeonato Mundial de Atletismo de 2017, se Doha fosse escolhida como sede. A ideia era negociar os direitos com a "BeIN Sports", que é dirigido pelo presidente do PSG.
O valor da negociação chegaria ao valor de US$ 32,6 (R$ 126,5 milhões). No contrato, era estipulado um primeiro pagamento, não reembolsável, de US$ 3,5 milhões (R$ 13,5 milhões), para a Pamodzi Sports Consulting.
Al-Khelaifi, no depoimento, além de negar conhecer qualquer pagamento e os detalhes do contrato, negou qualquer envolvimento com a vitória de Doha na disputa para sediar o Mundial de Atletismo de 2017.
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