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Lenda da Fórmula 1, tricampeão Niki Lauda morre aos 70 anos

21/05/2019 01h22

Madri, 21 mai (EFE).- Andreas Nikolaus Lauda, conhecido como Niki Lauda, ex-piloto de Fórmula 1 e empresário, três vezes campeão da principal categoria do automobilismo (1975, 1977 e 1984), e vice-campeão em 1976, faleceu nesta segunda-feira, aos 70 anos, segundo informou sua família através de um comunicado.

"Com profunda tristeza, anunciamos que o nosso querido Niki faleceu pacificamente, no dia 20 de maio de 2019, rodeado pela sua família", comunicaram os familiares do piloto e empresário.

Lauda tinha sido submetido no verão passado a um transplante de pulmão que o obrigou a ficar hospitalizado por vários meses, e em janeiro deste ano, voltou a ser internado por causa de uma gripe contraída meses antes em Ibiza (Espanha), onde o ex-piloto tinha sua segunda residência.

Nascido em Viena, no dia 22 de fevereiro de 1949, era filho de uma família rica, proprietária de fábricas de papel.

Ele estreou na competição automobilista em abril de 1968, em um prêmio de montanha. No mesmo ano já participou da Fórmula V e Fórmula 3.

Em 1971, fez sua primeira corrida na F-1 com um March, no Grande Prêmio da Áustria, que não concluiu devido a problemas mecânicos.

Seu salto automobilístico aconteceu com sua contratação em 1974 pela Ferrari, escuderia italiana com a qual ganhou sua primeira corrida, no GP da Espanha, em abril de 1974.

A sua progressão foi confirmada com seu primeiro título mundial, em 1975.

No ano seguinte, sua carreira sofreu um sério revés depois de sofrer um grave acidente no Grande Prêmio da Alemanha, em 24 de outubro. Lauda sofreu queimaduras graves em seu rosto e corpo, o que o afastou das pistas por seis semanas.

Apesar disso, Lauda manteve uma intensa disputa com James Hunt pelo campeonato, título conquistado pelo britânico por apenas um ponto de diferença.

A temporada de 1977 foi a última de Lauda pela Ferrari, e apesar de seu relacionamento com a escuderia italiana ter esfriado, conquistou seu segundo título mundial.

Nas dois anos seguintes, ele disputou o Mundial pela equipe Brabham-Alfa, com a qual não conseguiu ser campeão e no dia 28 de setembro de 1979, deixou temporariamente a Fórmula 1 para se aventurar no seu projeto da companhia aérea Lauda Air.

Em 1981 voltou às pistas e três anos depois conquistou seu terceiro e último título, em uma disputa dura com o francês Alain Prost, vencida por apenas meio ponto de vantagem.

Já em 1985, após uma difícil temporada, onde abandonou as corridas em 11 ocasiões, decidiu se aposentar definitivamente da F-1, sendo considerado um dos melhores pilotos da história do automobilismo.

O austríaco deixava para trás 25 vitórias em 173 GPs, 24 pole positions, e passou por dois períodos quanto à evolução de motores: aspirado (1971-79) e turbo (1982-85).

Lauda continuou vinculado ao mundo do motor, seja como relações públicas, conselheiro da Ferrari (1992-1997) ou diretor da Jaguar e da Mercedes.

Sua companhia aérea passou por vários problemas econômicos, especialmente devido à competição de "baixo custo". Em novembro de 2000, foi forçado a abandonar sua presidência e em 2001 deixou definitivamente a sociedade.

Em abril de 2003, ele criou em Barcelona, juntamente com seu filho Lukas e o espanhol Diego Albanell, a empresa Lauda Sports Management, dedicada ao gerenciamento de eventos automotivos.

Em novembro daquele ano, ele retornou ao mundo da aviação adquirindo a subsidiária austríaca de voos charter Aero-Lloyd, que passou a se chamar Fly Niki.

Em 2004, a Air Berlin entrou no capital de sua companhia aérea, uma empresa que expandiu sua participação para 49,9% em 2010, e vendeu os restantes 50,1% em 2011, passando o vencimento para o conselho de administração da Air Berlin até sua retirada em 2012.

Ele retornou à Fórmula 1 em setembro do mesmo ano, quando assumiu a presidência do conselho de controle da Mercedes.

Premiado como "Melhor Desportista Mundial de 1976" pela Internationale Sport Korrespondenz, de Sttutgart (Alemanha), foi incluído na "lista negra" da ONU de 1980-88 por sua participação em eventos na África do Sul.

Em 1996 publicou sua biografia "A Terceira Vida".

Sobre a rivalidade nas pistas com Hunt, em 2011 o americano Ron Howard rodou o filme "Rush: No Limite da Emoção".

Casou-se com Birgit Wetzinger, 30 anos mais jovem, a quem conheceu em 2004, quando ela começou a trabalhar em sua companhia aérea como aeromoça. Ela doou um rim para ele em 2005, após o doado em 1997 por seu irmão Florián parou de funcionar. O casal teve gêmeos em 2009.

Entre 1976 e 1991, foi casado com Marlene Knaus com quem teve dois filhos: Lukas (1979) e Mathias (1981), também piloto de automobilismo.

O piloto teve ainda um quinto filho fora do casamento, Christophe, nascido em 1981. EFE