Dirigente destaca trabalho de base do River: "Buscamos técnica e genética"

Bilbao, 23 mai (EFE).- O diretor esportivo do River Plate, atual campeão da Taça Libertadores, Gustavo Grossi, disse nesta quinta-feira que o clube argentino prioriza a técnica individual na busca por talentos para as categorias de base, mas admitiu que a genética pode pesar no momento da captação.

"Buscamos técnica e genética. Técnica individual acima de qualquer outra coisa, mas também capacidade no mano a mano e personalidade para aguentar a pressão de jogar diante de 70 mil pessoas. E fome", declarou o dirigente durante o Bilbao International Football Summit (BIFS'19), congresso sobre futebol realizado no País Basco, na Espanha.

Grossi afirmou não ser tarefa fácil buscar talentos na Argentina devido aos altos índices de pobreza e revelou que alguns dos escolhidos são tirados de situações muito precárias e desfavoráveis.

"O River procura jogadores por toda a Argentina e, dos que entraram para a nossa base, 90% estão abaixo da linha da pobreza e 20% na marginalidade absoluta. Em um país com 40% em situação de pobreza, os jovens buscam no futebol um meio de sair de onde não conseguem através da política", disse o diretor esportivo, que destacou que nos 'Millonarios' há uma busca incessante por atletas com características peculiares.

"Queremos jogadores com caraterísticas próprias do futebol sul-americano, não jogadores europeus. Não queremos jogadores que sejam como os do resto do mundo, queremos aqueles dos quais o resto do mundo precisa", frisou.

Por fim, Grossi disse que o River chegou a investir em gramados sintéticos para as divisões de base, mas voltou atrás, e enalteceu o poder de formação de craques do clube.

"Temos um método que acredita que é importante o jogador ter a sala de aula. Recrutamos jogadores de 10, 11 anos, e eles precisam do lápis, da escola. Com o passar do tempo, passamos esses meninos para o método integral para que se tornem jogadores. O River talvez seja o maior clube da América do Sul por sua estrutura e o que mais contribuiu para a seleção argentina e o futebol europeu", opinou. EFE