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Espanhol - 2019

Ex-Real e outros jogadores são presos por suspeita de manipulação

Raúl Bravo, ex-jogador do Real Madrid - EFE
Raúl Bravo, ex-jogador do Real Madrid Imagem: EFE

Com informações da agência AFP

28/05/2019 06h43

A Polícia Nacional da Espanha realiza, nesta terça-feira, uma operação contra a suposta manipulação de resultados em partidas da primeira e segunda divisão do Campeonato Espanhol para obter benefícios em apostas. E, de acordo com as primeiras informações, vários ex-jogadores foram presos.

Segundo fontes da polícia informaram à Agência Efe, entre os detidos estão alguns ex-atletas, como Raúl Bravo (ex-Real Madrid), Borja Fernández (que defendeu na última temporada o Real Valladolid, clube do brasileiro Ronaldo Fenômeno), e Carlos Aranda.

Também foram detidos Agustín Lasaosa, presidente do Huesca, e Juan Carlos Galindo Lanuza, chefe do departamento médico do clube, rebaixado no último Campeonato Espanhol. Outras prisões estão sendo efetuadas ao longo do dia e a polícia ainda não apresentou um número final de detidos.

Informações preliminares da polícia espanhola indicam que Raúl Bravo era o líder do grupo, que é acusado de organização criminosa, corrupção entre particulares e lavagem de dinheiro.

Bravo defendeu o time principal do Real Madrid de 2002 a 2007. Ele atuava tanto na defesa como no meio-de-campo, tendo atuado ao lado de estrelas como Ronaldo e Figo. Ele ainda jogou por Rayo Vallecano, Numancia e Olympiakos, entre outros.

Fontes policiais afirmam que as investigações apontam possíveis manipulações de resultados em partidas da primeira e segunda divisões das últimas duas temporadas. Entre elas estariam algumas envolvendo o Real Valladolid, clube que teve seu capitão na última temporada Borja Fernández preso.

O clube, que é presidido pelo ex-jogador Ronaldo Fenômeno, soltou um comunicado em que nega "qualquer tipo de conduta ou comportamento fraudulento' e que irá colaborar com as investigações. Em um primeiro momento, a suspeita recai apenas sobre jogadores.

De acordo com a imprensa espanhola, a partida que deu início à investigação foi Huesca-Nástic de Tarragona (0-1) da temporada 2017/2018. O Huesca já havia garantido a ascensão à principal divisão do futebol espanhol e o Nástic lutava para permanecer na segunda divisão. A grande quantia de dinheiro apostada na partida provocou suspeitas.

"A operação vem de uma denúncia de LaLiga. Estamos trabalhando nisto há muito tempo", afirmou o presidente da Liga, Javier Tebas, ao jornal "Marca".

"Estamos há mais de um ano com isto. Não podemos contar nada porque existe um sigilo de processo e a polícia está fazendo seu trabalho. Isto é muito doloroso porque afeta um clube que eu amo, mas o mais importante, o essencial, é acabar com a corrupção no futebol", declarou Tebas, que foi presidente do Huesca nos anos 1990.

Outros casos de manipulação de partidas foram revelados no passado na Espanha, mas afetaram principalmente divisões inferiores.

No ano passado, 20 pessoas foram detidas pela suspeita de terem utilizado jogadores de clubes da terceira divisão para provocar situações como pênaltis ou escanteios, o que rendia muito dinheiro de apostas na China.

Em 2017, cinco pessoas ligadas ao Eldense, da terceira divisão, foram detidas após uma derrota considerada suspeita de 12-0 para o Barcelona B.