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Após 15 horas de interrogatório, Platini é solto na França

18/06/2019 20h59

Paris, 19 jun (EFE).- Ex-jogador da seleção francesa e ex-presidente da Uefa, Michel Platini foi solto no início da madrugada desta quarta-feira (data local) pelas autoridades da França após passar 15 horas detido para ser interrogado em um caso de corrupção que envolve a escolha do Catar como sede da Copa do Mundo de 2022.

A Promotoria Nacional Financeira da França tenta determinar se o ex-camisa 10 da seleção do país e da Juventus participou de uma suposta compra de votos para que o Catar vencesse a disputa para organizar o próximo Mundial.

Platini foi levado no início da manhã ao Escritório Anticorrupção da Polícia Judiciária em Naterre, próxima a Paris, e deixou o local por volta das 0h30 no horário local (19h30 em Brasília), acompanhado por seus advogados.

Presidente da Uefa entre 2007 e 2015, Platini está afastado do futebol há quatro anos após decisão da Fifa, que o puniu pela cobrança irregular de 1,8 milhão de euros. A sanção terminará em outubro, quando o ex-dirigente poderá voltar a ocupar funções ligadas ao esporte.

Em novembro de 2010, Platini participou de um jantar organizado no Palácio do Eliseu pelo então presidente da França, Nicolás Sarkozy, com o emir do Catar, Hamad Ben Khalifa Al Thani.

Os investigadores suspeitam que o evento serviu para que Platini passasse a apoiar a candidatura do Catar para sediar a Copa do Mundo de 2022.

Os advogados de Platini tentaram minimizar a importância da prisão, classificando-a como "técnica". Segundo eles, o ex-presidente já tinha prestado depoimento no ano passado, mas os pesquisadores queriam esclarecer alguns pontos do caso e o prenderam para evitar que o ex-jogador combinasse o que declararia às autoridades com os outros investigados.

Platini nunca negou que apoiou o Catar durante o processo de escolha da sede da Copa do Mundo de 2022, contrariando o então presidente da Fifa, Joseph Blatter, que preferia que o Mundial fosse organizado pelos Estados Unidos.

A discordância sobre quem seria o anfitrião da Copa de 2022 colocou os dois dirigentes, então aliados, em rota de colisão. Platini passou a ser cotado como novo presidente da Fifa e, em 2015, decidiu não apoiar Blatter na busca de um novo mandato no comando da entidade.

Quando o escândalo de corrupção na Fifa chegou a Blatter, o ex-jogador francês se candidatou à presidência, mas foi afastado do futebol depois de ter sido acusado de receber irregularmente 1,8 milhão da entidade em um contrato de consultoria. Os dois acabaram punidos pela entidade e afastados do futebol. EFE