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Esporte Ponto Final

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Ele foi o jogador mais difícil que Cafu marcou. E o maior parceiro do Evair

CAFU REVELA QUAL FOI O JOGADOR MAIS DIFÍCIL QUE MARCOU

UOL Esporte

Por Carlos Padeiro

05/09/2017 04h00

João Paulo nunca foi um cara badalado. Tímido no dia a dia, partia pra cima do adversário quando tinha a bola nos pés. Um ponta esquerdo clássico, driblador, que virou ídolo do Guarani e do Bari (da Itália) nas décadas de 1980 e 90.

Para relembrar o que o camisa 11 fazia em campo, vale a pena ouvir quem teve o desprazer de enfrentá-lo. E quem teve o prazer de jogar ao seu lado.

Cafu considera João Paulo o jogador mais difícil que marcou. E olha que o capitão do penta encarou craques brasileiros e europeus que fizeram história no futebol. O lateral-direito campeão do mundo em 2002 cita Ronaldo, Ronaldinho Gaúcho, Zidane e Thierry Henry como grandes adversários que enfrentou. E complementa:

Peguei tanto cara filha da... [risos]. Encarei o João Paulo, o Edivaldo na fase boa, o Denner... Dá para falar milhares. Joguei contra o Maradona. Peguei muito cara difícil de marcar, mas acho que o João Paulo foi um calo que eu tive. Marcar o João Paulo era muito difícil, aquele baixinho era muito danado".

João Paulo fica lisonjeado, é óbvio. Mas não sabe precisar quando enfrentou Cafu. “É legal saber disso, mas sinceramente não lembro de nenhum confronto com o Cafu. Deve ter sido depois que voltei da Itália, em 95. Ele estava no Palmeiras. Quando eu jogava no Guarani, o lateral do São Paulo era o Zé Teodoro".

"O Nelinho também falou isso uma vez. Disse que pegou tanto ponta bom pra marcar e mencionou o meu nome. Todo mundo fala que eu não tinha medo de cara feia. O adversário podia bater que eu ia pra cima, sempre em direção ao gol", conclui, citando Nelinho, destaque do Cruzeiro nos anos 70 e do Atlético-MG nos anos 80.

Evair, ex-atacante do Guarani - Reprodução - Reprodução
Evair iniciou sua carreira no Guarani e teve como parceiro de ataque João Paulo
Imagem: Reprodução

O melhor parceiro de Evair

O outro elogio a João Paulo vem de Evair. Eles começaram juntos no Guarani, onde foram vice-campeões do Brasileiro em 1986 e do Paulista em 1988.

“Ah, com certeza foi o melhor parceiro de ataque que tive", sentencia Evair. "Depois vêm o Edmundo, no Palmeiras, e o Caniggia, na Atalanta". O argentino foi um dos carrascos do Brasil na Copa do Mundo de 1990.

"O João Paulo era um driblador nato, um velocista. Jogava na ponta esquerda e ia para o meio, com uma facilidade muito grande de passar pelos adversários. A gente pensava que ele ia cair, mas parecia que tinha uma mola no joelho, batia no chão, levantava e continuava o lance”, comenta o ídolo do Palmeiras.

Questionado por que o colega dos tempos de Guarani foi um parceiro melhor do que Edmundo, Evair explicou: “O João Paulo tinha o altruísmo. Sabia que tinha dificuldade para fazer gols, e não tinha nenhuma dificuldade em servir. Isso fez dele um grande jogador e parceiro. O Edmundo tinha muita velocidade e era um fazedor de gols”.

João Paulo carrega a tocha olímpica em Campinas - Rio 2016/André Luiz Mello - Rio 2016/André Luiz Mello
Ídolo do Guarani, João Paulo foi convidado para carregar a tocha olímpica em Campinas, em 2016
Imagem: Rio 2016/André Luiz Mello

Faltou participar de uma Copa

João Paulo na verdade se chama Sergio Luís. Natural de Campinas, ganhou o apelido por causa da semelhança com um jogador com passagem pela Ponte Preta. O garoto que o chamava de João Paulo ingressou junto com ele no Guarani, e o apelido pegou.

“Justo no dia que eu vim fazer teste no Guarani, essa pessoa veio comigo fazer também e começou a me chamar de João Paulo nos treinos. Quando eu quis tirar o apelido, não tinha mais jeito”.

O camisa 11 afirma que os melhores momentos de sua carreira ocorreram em 1986, pelo Guarani, e na temporada de 1989-90, pelo Bari. Faltou participar de uma Copa do Mundo. Em 1990, o técnico Sebastião Lazaroni não o convocou para o Mundial disputado na Itália. Em 94, ano do tetra, ele se machucou.

“Em 90 eu fui considerado um dos melhores jogadores do Italiano, o melhor da minha posição, numa eleição em que votavam os capitães dos times. Ganhei o troféu Top 11. Antes da Copa de 94 tive uma lesão séria, quebrei a perna e fiquei um ano e meio parado”.

ESPORTE(ponto final)

As entrevistas com Cafu, Evair e João Paulo foram realizadas pelo ESPORTE(ponto final), um canal produzido a partir de depoimentos de ídolos sobre os grandes momentos do esporte.

A cada semana, novos episódios serão lançados na página especial do ESPORTE(ponto final). E você também pode acompanhar nas mídias sociais: youtube.com/esportepontofinal e facebook.com/esportepontofinal.

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