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Paula Pequeno se emociona ao descrever ouro em Pequim: "superação e êxtase"

PAULA PEQUENO DESCREVE O MAIOR MOMENTO QUE VIVEU NO ESPORTE

UOL Esporte

23/08/2018 04h00

Paula Pequeno entrou para a história do esporte nacional em 23 de agosto de 2008. Naquele dia, a seleção brasileira feminina de vôlei conquistou o seu primeiro ouro olímpico. Destaque do time comandado por José Roberto Guimarães, a camisa 4 foi eleita a melhor jogadora dos Jogos de Pequim.

Paula Pequeno, na final dos Jogos Olímpicos de 2008, contra os Estados Unidos - Cameron Spencer/Getty Images - Cameron Spencer/Getty Images
Paula Pequeno, durante a final contra os Estados Unidos, nas Olimpíadas de Pequim, em 2008
Imagem: Cameron Spencer/Getty Images
Foi uma jornada difícil, e o grande adversário de Paula Pequeno foram as contusões.

Trauma, superação, alívio e êxtase foram palavras usadas pela ponteira para descrever o maior momento de sua carreira (veja no vídeo). 

A mais grave das lesões ocorreu meses antes da Olimpíada de 2004. A atleta passou por uma cirurgia no joelho e acabou cortada dos Jogos de Atenas. 

Recuperada em 2005, voltou para a seleção e ganhou o prêmio de MVP - Most Valuable Player (melhor jogadora) no Grand Prix. Porém, dores nos pés passaram a atormentá-la. Paula lidava com o receio de se lesionar novamente e ficar fora da Olimpíada de 2008.

Foram momentos de muita provação pra mim mesma, de muita superação interna. E de muita dor e insegurança psicológica, durante aquela espera infinita pelas Olimpíadas que eu tanto sonhava”.

Ao descrever o apoio da família e a conversa por telefone com seu pai, sua mãe e sua avó assim que chegou a Pequim, a jogadora se emociona.

"A única coisa que pedi a eles foi: ‘orem e não me deixem machucar, pelo amor de Deus. Só isso. Acendam vela de 7 dias, gruda uma na outra, mas não me deixem machucar. Orem por isso, por favor'".

No final, deu tudo certo para o Brasil. O inédito título olímpico veio após uma vitória por 3 a 1 sobre os Estados Unidos na final. Aliás, a campanha das brasileiras se aproximou da perfeição – em oito partidas, perderam um set apenas.

A melhor da Olimpíada

Paula Pequeno terminou como a sétima maior pontuadora dos Jogos, além de figurar entre as dez melhores em três fundamentos: ataque, bloqueio e defesa. Faltava o grand finale: a camisa 4 ser eleita a melhor jogadora da competição.

O curioso foi a forma como ficou sabendo do prêmio. Paula se recorda de que estava comemorando o título, com as colegas e com atletas do time masculino, quando o fisioterapeuta da seleção passou por ela e lhe deu parabéns. Ela retribuiu, já que o time todo fora campeão. O membro da comissão técnica percebeu naquele instante que a atacante ainda não sabia do prêmio de MVP e deu a notícia.

“Aí voltou todo aquele sentimento e caí de joelho. Os meninos começaram a fazer farra, a bagunçar meu cabelo. Eu chorava, ria, chorava, ria... Era uma confusão dentro de mim, eu agradecendo a Deus por ter me dado força por passar por tudo aquilo e chegar a um ápice enlouquecedor. É o alto do pico, não tem mais para onde ir. Foi realmente o momento mais especial da minha vida, indescritível.”

Nas Olimpíadas de Londres, em 2012, Pequeno sagrou-se bicampeã olímpica, como reserva da equipe de Zé Roberto Guimarães.

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ESPORTE(ponto final)

A entrevista com Paula Pequeno foi realizada pelo ESPORTE(ponto final), um canal produzido a partir de depoimentos de ídolos sobre os grandes momentos do esporte.

Você pode acompanhar os vídeos completos no nosso canal no YOUTUBE.

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