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STF conduzirá investigação contra Del Nero e outros dirigentes da CBF

Sergio Moraes/Reuters
Imagem: Sergio Moraes/Reuters

07/08/2017 15h10

O Supremo Tribunal Federal (STF) vai conduzir as investigações por lavagem de dinheiro, evasão de divisas e outros crimes contra o atual presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Marco Polo Del Nero, ex-presidentes e dirigentes da entidade referentes a irregularidades apuradas por uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) do Senado de 2015.

O inquérito foi aberto e será relatado pelo ministro Celso de Mello, o mais antigo em atividade na corte, conforme decisão da semana passada, por envolver investigado com foro privilegiado.

As investigações tiveram como base o relatório alternativo apresentado à CPI pelos senadores Randolfe Rodrigues (REDE-AP) e Romário (PSB-RJ), ex-jogador e que presidiu o colegiado. A sugestão de indiciamento das autoridades do futebol brasileiro foi encaminhada ao Ministério Público Federal.

Em dezembro de 2016, o relatório oficial aprovado pela CPI, do atual líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), não propôs o indiciamento de qualquer dirigente do futebol.

Entre as pessoas que tiveram o indiciamento requerido no texto alternativo estão os ex-presidentes da CBF Ricardo Teixeira e José Maria Marin e o empresário José Hawilla.  

O relatório paralelo lista uma série de supostos crimes praticados por dirigentes da CBF e pelo Comitê Organizador Local da Copa do Mundo de 2014.

"Além da barreira temporal, visto o prazo determinado de duração de CPI's, e do limite de recursos financeiros e humanos, esta Comissão Parlamentar ainda contou com boicote político capitaneado pela bancada da CBF, que trabalhou arduamente na nomeação dos integrantes e no esvaziamento das sessões deliberativas, o que impediu o aprofundamento e a análise de diversos indicadores de cometimento de ilícitos penais", critica o texto dos senadores.

No início das apurações, a Polícia Federal no Rio chegou a pedir que a Polícia Federal norte-americana, o FBI, enviasse cópia da conclusão das investigações feitas nos Estados Unidos em relação às autoridades brasileiras para instruir a investigação.

Contudo, um dos vice-presidentes da CBF, o deputado federal Marcus Vicente (PP-ES), questionou em maio passado o fato de estar no rol de investigados a partir do inquérito aberto na Polícia Federal do Rio de Janeiro com base no relatório paralelo da CPI. Alegou que, por ser deputado, só pode ser investigado criminalmente pelo Supremo Tribunal Federal.

Marcus Vicente - que presidiu a federação de futebol capixaba por 20 anos - teve o indiciamento por falsidade ideológica sugerido pelos senadores envolvendo um suposto acordo fraudulento que foi apresentado ao Superior Tribunal de Justiça referente a uma indenização que um clube cobrava na Justiça contra a CBF por prejuízos financeiros decorrentes de não participar da Série C do Campeonato Brasileiro.

Recentemente, a Justiça Federal no Rio reconheceu sua incompetência de investigar o caso e remeteu a apuração para o STF.