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NFL defende jogadores criticados por Trump após protestos contra racismo

25/09/2017 10h25

EUA-NFL-CRITICA-TRUMP:NFL defende jogadores criticados por Trump após protestos contra racismo

Por James Oliphant e Valerie Volcovici

SOMERSET, Nova Jersey/WASHINGTON (Reuters) - Times da NFL deram uma demonstração de solidariedade antes dos jogos de domingo a jogadores de futebol americano que têm realizado protestos, com atletas se ajoelhando, juntando os braços ou ficando fora de campo durante o hino, em desafio ao apelo do presidente dos EUA, Donald Trump, aos donos de equipes para que demitissem quem se recusasse a permanecer de pé.

Nas laterais das quadras de várias partidas em todo o país e até em Londres, treinadores, equipes técnicas e mesmo alguns proprietários se uniram a jogadores em uma resposta silenciosa a um tuíte do presidente Donald Trump, que no final de semana criticou os atletas que se ajoelham durante o hino por não considerarem a postura patriótica.

Repetindo um gesto iniciado na temporada passada por Colin Kaepernick, à época quarterback do San Francisco 49ers, vários jogadores da NFL passaram a se apoiar em um joelho durante a execução do hino, uma forma de chamar atenção ao que os esportistas veem como um padrão de racismo no tratamento dado pela polícia dos EUA a norte-americanos negros.

Em Detroit, vários integrantes do Lions se ajoelharam e o cantor Rico Lavelle se apoiou em um joelho e ergueu um punho fechado no final de sua interpretação do hino nacional dos EUA.

Na Filadélfia, policiais se uniram aos jogadores do Eagles e do New York Giants e ao proprietário do Eagles, Jeffrey Lurie, juntando os braços durante o hino como sinal de solidariedade.

Embora alguns norte-americanos simpatizem com os manifestantes, outros veem a recusa em permanecer de pé como um desrespeito pela bandeira e pelos membros das Forças Armadas que se sacrificaram ou morreram na defesa do país.

Trump ressuscitou a polêmica na sexta-feira em um evento no Alabama, no qual insinuou que qualquer jogador que proteste é um "filho da puta" e exortou os donos dos clubes a demiti-los no ato, retomando o bordão de seu reality show: "Você está demitido".

A controvérsia pode agradar a base conservadora de Trump no momento em que o presidente republicano se vê às voltas com as ameaças nucleares da Coreia do Norte, uma investigação sobre a suposta interferência da Rússia na eleição de 2016 e uma batalha para aprovar um reforma de saúde no Congresso.

Mas a postura de Trump pareceu ter convencido jogadores, times e a liga a afirmarem o que veem como um direito de expressar suas convicções políticas livremente.

Em Foxboro, Massachusetts, mais de uma dúzia de jogadores e técnicos dos Patriots, campeões do Super Bowl, se ajoelharam ou juntaram os braços, incluindo Tom Brady, marido da modelo brasileira Gisele Bundchen.

(Reportagem adicional de Barbara Goldberg, Jonathan Allen, Jarrett Renshaw, Bernie Woodall, Petr Schroeder e Robert Chiarito)