Topo

Legado das Olimpíadas do Rio está incompleto, diz diretor do COI

Julio Cesar Guimaraes/UOL
Imagem: Julio Cesar Guimaraes/UOL

Karolos Grohmann

18/02/2018 10h53

Algumas construções das Olimpíadas 2016 no Rio de Janeiro estão em decomposição e o Brasil ainda está longe de seus próprios planos de legado de unidades esportivas, disse um membro do alto escalão do Comitê Olímpico Internacional (COI) neste domingo.

Em um comentário surpreendentemente franco, o diretor executivo dos Jogos Olímpicos, Christophe Dubi, admitiu que os planos para o uso de diversos equipamentos depois dos Jogos, incluindo o Centro Aquático e o Parque Olímpico, continuam no papel.

"Um legado muito bem planejado que não se materializou completamente", Dubi disse a repórteres.

Ele disse que enquanto a cidade se beneficiou depois dos jogos do uso do que ele classificou como sistemas de transporte e telecomunicações improvisados, algumas unidades esportivas continuam ociosas.

"Desmontem as unidades", disse Dubi sobre as estruturas temporárias que deveriam ter sido retiradas de um parque na Barra da Tijuca depois da competição de 16 dias em 2016.

"Isso não aconteceu por causa do cenário político, por causa da situação econômica e social."

O Brasil experimentava um crescimento anual de quase dois dígitos quando foi escolhido sede das primeiras Olimpíadas na América do Sul em 2009. Mas quando os jogos aconteceram em 2016 o país vivia sua pior recessão em décadas, envolvido em incertezas políticas.

O crime também explodiu com violência no Rio nos anos recentes, com um aumento de 8 por cento nas mortes violentas no ano passado sobre 2016 e um salto de 26 por cento desde 2015, de acordo com estatísticas do governo do Rio.

"O legado ainda não está perfeito", disse Dubi. "Elas (estruturas) precisam ser desmontadas. Não há estruturas planejadas e construídas para durar. Espero que a cidade e o governo façam a coisa certa e desmontem essas estruturas que não foram feitas para durar."