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Universidade de Michigan pagará US$500 mi a vítimas de abusos sexuais de médico da ginástica dos EUA

16/05/2018 20h26

GINASTICA-UNIVERSIDADE-PAGAMENTO:Universidade de Michigan pagará US$500 mi a vítimas de abusos sexuais de médico da ginástica dos EUA

(Reuters) - Centenas de mulheres abusadas sexualmente pelo ex-médico de equipes de ginástica Larry Nassar concordaram provisoriamente em um acordo de 500 milhões de dólares com a Universidade do Estado de Michigan, ex-empregadora de Nasser, disseram nesta quarta-feira advogados de ambas as partes.

O acordo exige que a universidade pague 425 milhões de dólares para as 332 vítimas representadas no litígio atual, com outros 75 milhões guardados em um fundo que pode ir para futuras requerentes que aleguem ter sido abusadas por Nassar, disseram os advogados em comunicado conjunto.

    O acordo de abuso sexual aparenta ser um dos maiores de seu tipo, refletindo o número de vítimas, incluindo conhecidas atletas como a medalhista olímpica McKayla Maroney, ouro em 2012. Muitas delas deram testemunhos emotivos durante as audiências de sentença de Nassar.

    Nassar, que havia trabalhado como médico da federação de Ginástica dos EUA e em uma clínica no campus da Universidade do Estado de Michigan, recebeu neste ano uma sentença prisional de até 175 anos após se declarar culpado no ano passado por condutas sexuais criminosas.

    Muitas vítimas testemunharam que Nassar, de 54 anos, cometeu abusos sexuais sob disfarce de tratamento médico enquanto realizava exames, algumas vezes escondendo os abusos da vista de pais que esperavam por perto.

    As revelações da longa duração de abusos geraram investigações sobre possíveis abusos em federações dos EUA e escolas pelo Congresso e pelo Departamento de Educação dos EUA, e levaram à renúncia do conselho inteiro de Ginástica dos EUA. O chefe do Comitê Olímpico dos EUA também renunciou, citando razões médicas.

“Este acordo histórico aconteceu através da bravura de mais de 300 mulheres e meninas que tiveram coragem de se levantar e se recusar a serem silenciadas”, disse o advogado delas, John Manly. 

(Reportagem de Peter Szekely e Jonathan Allen em Nova York)