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Franceses fazem festa em recepção aos campeões da Copa do Mundo

16/07/2018 18h11

FUT-COPA-FRANCESES-RECEPCAO:Franceses fazem festa em recepção aos campeões da Copa do Mundo

Por Luke Baker

PARIS (Reuters) - Centenas de milhares de torcedores franceses em êxtase comemoraram o retorno do time campeão mundial nesta segunda-feira, pulando e cantando "We Are The Champions", enquanto o ônibus com o elenco desfilava pela Champs Élysées antes de uma recepção presidencial especial.

"Les Bleus", uma equipe jovem e dinâmica que venceu a Croácia por 4 x 2 na final em Moscou, apareceram no Palácio do Eliseu e cantou o hino nacional "A Marselhesa" com o presidente Emmanuel Macron e sua esposa.

"Obrigado por nos deixar orgulhosos", disse Macron aos jogadores nos jardins do palácio presidencial. "Nunca se esqueçam de onde vocês vêm: todos os clubes da França que treinaram vocês."

A mídia francesa passou o dia elogiando a conquista da seleção.

Mais de 300 mil pessoas lotaram a Champs Élysées, a área ao redor do Arco do Triunfo e a Place de la Concorde na noite de domingo, cantando a Marselhesa, soltando fogos de artifício e buzinando até o sol nascer.

"Nós nos divertimos muito na noite passada, a cidade estava cheia de alegria, muita celebração", disse uma mulher vestida de vermelho, branco e azul à BFM TV.

Os jornais saudaram o segundo título mundial da França, depois da primeira vitória, em casa, em 1998.

“História feita”, escreveu o jornal esportivo L’Équipe, enquanto a publicação Les Echos optou pelo mais direto “Campeões do Mundo”. Fotos dos astros Kylian Mbappé, Antoine Griezmann e Paul Pogba, assim como registros do time segurando e beijando o troféu, dominaram a cobertura.

A vitória criou um senso de união nacional, com comentaristas valorizando o fato de que a seleção, a segunda mais jovem no torneio, incluía muitos jogadores com ascendência africana, mesmo que todos, com exceção de dois, tenham nascido na França.

A França tem sofrido anos de tensão desde que uma série de ataques de atiradores islâmicos em 2015 deixou mais de 140 mortos, incluindo 89 na casa de shows Bataclan, em Paris. De alguma forma, a Copa do Mundo ajudou a levantar a nação que continua cautelosa com a ameaça.

Quando o país ganhou sua primeira Copa do Mundo em 1998, com Zinedine Zidane como estrela, muitos se referiam à seleção como “Black-Blanc-Beur” (Negro-Branco-Árabe), um apelido devido à diversidade étnica de sua composição.

Mas, este ano, alguns tentaram rejeitar a frase, vendo nela um sentido de segregação, mesmo se a intenção original fosse positiva.

“Nós não estamos em 1998”, disse Mounir Mahjoubi, secretário de Estado para questões digitais, cujos pais emigraram do Marrocos. “Nós não estamos mais celebrando ‘Black-Blanc-Beur’, estamos celebrando a irmandade”, disse sobre a seleção atual.

ELOGIO DE PELÉ

Para Macron, que se tornou presidente no ano passado aos 39 anos, levando seu movimento político à vitória contra as probabilidades, o sucesso também deve ter repercussões positivas após uma queda nas pesquisas em meio a uma série de reformas econômicas.

O sistema de metrô de Paris entrou no clima de comemoração, anunciando que os nomes de algumas estações estavam sendo brevemente alterados para homenagear os jogadores e o treinador, Didier Deschamps.

A estação de Notre-Dame des Champs foi rotulada como "Notre Didier Deschamps", e Victor Hugo foi mudada para "Victor Hugo Lloris".

No Twitter, Pelé prestou homenagem às façanhas de Mbappé, o astro francês de 19 anos, dizendo que se o jovem continuar a igualar seus recordes, "eu vou ter que tirar a poeira das minhas chuteiras novamente".

Mbappé respondeu ao tuíte em inglês dizendo: "O rei sempre será o rei", ganhando rapidamente 15 mil retuítes.