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Formato engenhoso e times equilibrados explicam sucesso da Liga das Nações

21/11/2018 15h32

Por Brian Homewood

ZURIQUE (Reuters) - A Liga das Nações, nova competição da Uefa, se mostrou um sucesso instantâneo graças à combinação aparentemente simples, mas muitas vezes esquecida, de um formato engenhoso e times bem equilibrados.

Vista inicialmente como mais uma adição desnecessária a um calendário já cheio, a Liga das Nações revelou ser uma alternativa bem-vinda a amistosos internacionais mornos e eliminatórias europeias sem competitividade.

Na semana passada se viu a Inglaterra ir do rebaixamento à vitória em seu grupo em oito minutos, uma classificação dramática da Holanda à custa da campeão mundial França e a Suíça dar uma aula na Bélgica.

Perdendo de 2 x 0 com menos de 20 minutos de jogo e precisando de quatro gols para vencer em seu grupo, os suíços reuniram forças e derrotaram os semifinalistas da Copa do Mundo por 5 x 2.

    Entre os times menores, o torneio rendeu vitórias competitivas históricas e inéditas para Gibraltar e Kosovo – e este último ficou a duas partidas de uma improvável vaga no Campeonato Europeu de 2020.

Foi uma grande diferença em relação ao torneios classificatórios tradicionais da Copa do Mundo e da Euro, nos quais grupos de seis times têm combates díspares como Alemanha contra San Marino e Espanha versus Liechtenstein.

O progresso dos ingleses rumo à última Copa do Mundo foi tão sereno que, quando eles bateram a Eslovênia por 1 x 0 e garantiram uma vaga na Rússia, torcedores entediados lançaram aviões de papel no campo ao invés de comemorar.

"Sempre tínhamos queixas dos grandes países do futebol por terem que jogar contra países pequenos, (ao invés de) entre si, e queixas dos pequenos de que nunca vencem", disse o presidente da Uefa, Aleksander Ceferin. "Agora todo jogo é interessante".

Uma das lições da competição é que menos pode ser mais em um esporte no qual os formatos muitas vezes se baseiam em garantir aos times um número determinado de jogos, o que os torna maiores e mais complexos e resulta em muitas disputas insípidas.

O próprio formato da Liga das Nações pareceu bizantino quando foi apresentado, mas acabou sendo admiravelmente simples.

As 55 seleções da Europa são divididas em quatro divisões, ou ligas, que vão de A, a mais forte, a D. Estas, por sua vez, são divididas em quatro grupos de três ou quatro times.

Os vencedores de cada grupo ou são promovidos, no caso das ligas B, C e D, ou se classificam para os chamados Quatro Últimos no caso da liga A, e o lanterna de cada grupo é rebaixado.

     (Reportagem adicional de Simon Evans)