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Bolsonaro diz que ida da F1 para o Rio está 99% certa, mas CEO afirma que negociações continuam

24/06/2019 18h11

BRASÍLIA (Reuters) - O CEO da Fórmula 1, Chase Carey, afirmou nesta segunda-feira que as negociações sobre uma eventual transferência do GP do Brasil a partir de 2021 de São Paulo para o Rio de Janeiro continuam,

apesar de o presidente Jair Bolsonaro afirmar que há 99 por cento de chance de a mudança ocorrer.

"No momento, nós não temos nada fechado, estamos ainda em negociação, não queremos eliminar qualquer possibilidade, estamos negociando com o Rio de Janeiro e claro também com São Paulo", disse Carey, ao destacar que as conversas continuam em caráter privado.

O CEO da F1 participou de entrevista coletiva no Palácio do Planalto ao lado de Bolsonaro, do governador do Rio, Wilson Witzel (PSC), e do filho do presidente senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ).

Carey destacou que não há um único elemento para definir a escolha do eventual local para o GP no Brasil. Disse que o objetivo é uma proposta mais ampla, não apenas vinculada à preocupação com a qualidade das pistas e boxes, de forma que tenha maior impacto.

Apesar das declarações do CEO da F1, Bolsonaro deu como praticamente certa a mudança de Interlagos, em São Paulo, para Deodoro, no Rio de Janeiro. Ele afirmou que as consequências são muito boas, não haverá investimento público na eventual mudança e que aumentaria a capacidade de público dos atuais 60 mil para 130 mil.

O presidente aproveitou para cutucar o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), que tem batalhado pela permanência do GP no seu estado.

"Não vai ter guerra, não, somos Brasil. A imprensa diz que ele será candidato à Presidência em 2022, então ele tem que pensar no Brasil. Se ele disputar a reeleição, aí ele pensa no seu Estado. Melhor ficar no Rio do que não ficar em lugar nenhum", disse.

"Ninguém está tirando a Fórmula 1 de São Paulo, ela está permanecendo no Brasil", completou.

Doria marcou uma entrevista coletiva para a tarde de terça-feira também ao lado do CEO da F1 após reunião com ele.

(Reportagem de Ricardo Brito)