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Motor Honda tira Alonso da Indy 500, mas espanhol comemora "experiência"

Do UOL, em São Paulo

28/05/2017 16h33

Como acontece na Fórmula 1, o motor Honda deixou Fernando Alonso na mão e ele abandonou as 500 Milhas de Indianápolis quando faltavam 20 voltas para a bandeirada. Cercada de expectativa, a participação do bicampeão mundial de Fórmula 1 na prova foi boa. Ele liderou parte da corrida e sempre andou entre os primeiros. Ao deixar o carro, o piloto espanhol foi ovacionado de pé pelo público no autódromo e se mostrou contente com o final de semana vivido.

"Todos os dias foram uma grande experiência, uma das melhores experiências da minha vida. A corrida foi divertida e o rendimento foi bom"

A prova foi vencida por Takuma Sato, primeiro japonês a ganhar a prova. O brasileiro Hélio Castroneves ficou na segunda posição. Alonso não pôde competir com eles por causa do problema mecânico e falou do momento em que o carro quebrou.

"Senti o ruído, a fricção do motor e vi fumaça. Tive que abandonar. É uma pena porque merecíamos ao menos terminar a corrida."

Alonso deu sinais de um bom desempenho logo que chegou à categoria. Recebeu muitos elogios durante a fase de treinos de preparação e foi bem na classificação, largando na quinta posição. Mas a participação era considerada um ponto de interrogação porque se tratava de um piloto acima da média correndo em outra categoria.

"Foi uma experiência muito legal desde o primeiro dia. A corrida foi legal, divertida. Minha performance foi boa, liderei algumas voltas. Enfrentei grandes nomes, os melhores nomes do oval do mundo", resumiu o espanhol. 

Alonso não demorou a dar razão para quem falou que ele iria bem. Só que a largada foi difícil e o espanhol completou a primeira volta em 9º. Mas o piloto tinha um carro competitivo, diferente do que ocorre na Fórmula 1. Ultrapassagem após ultrapassagem, escalou posições e chegou à liderança na 37ª volta. De quebra, tinha a melhor volta das 500 Milhas até aquele momento. Empolgou até Reginaldo Leme que comentou no Instagram.

 

Independente do resultado final, Alonso já liderou as 500 Milhas. Imaginem o que é isso para um estreante. Mas o nome dele é Alonso ...

Uma publicação compartilhada por Reginaldo Leme (@regileme)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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O desempenho animava os torcedores que inundavam o Twitter de mensagens de apoio em português, inglês e, claro, espanhol. Fernando Alonso era o sexto assunto mais comentado do Twitter mundial. A Indy era o primeiro.

Alonso também experimentou sua primeira bandeira amarela. O pole position Scott Dixon rasgava a reta quando Jay Howard tocou o muro, perdeu o controle e atravessou seu caminho. Batida inevitável. O carro de Dixon decolou, bateu no muro. O acidente foi impressionante, mas ele saiu andando.
 
A batida levou a direção de prova a interromper a corrida e os carros ficaram parados no boxe. Coisas do oval. Os motores voltaram a ser ligados cerca de 10 minutos depois. Quando a prova recomeçou, os pilotos aproveitaram para trocar pneu e completar o tanque. 

Corrida avança e Alonso se mantém na briga

Conforme a prova transcorria o espanhol conseguia manter um bom ritmo e andar entre os primeiros colocados. Alonso passou boa parte do tempo entre os cinco primeiros e conseguia voltas na mesma toada do líder. Desta maneira, andou em primeiro lugar outra vez. 

As 500 Milhas são famosas por ter dois momentos bem distintos. As últimas voltas são bastante agressivas e ninguém economiza nada. Este momento começou na relargada na volta 171 e a corrida produziu as imagens que a tornaram famosa. Muitas ultrapassagens e até três carros dividindo a pista por várias curvas.

O espanhol estava em sétimo quando o motor Honda acabou com o sonho. Encostou e na hora em que desceu do carro foi muito aplaudido. Perguntado se voltaria a disputar a prova, Alonso deixou a possibilidade em aberto.
"Ainda é cedo para dizer, mas eu me sinto competitivo e se eu voltar mais fácil desta vez", concluiu Alonso. 
 

Alta expectativa

 
No dia anterior a prova, Alonso falou que não vivia um desafio tão grande há pelo menos “16 ou 17 anos”. Ele admitiu que não sabia o que esperar e confessou que não tinha um plano definido para a corrida.

O espanhol explicou que na Fórmula 1 os pilotos jogam todas as cartas na mesa logo no começo porque há poucas mudanças depois. Na Indy é diferente. Alonso falou que não podia andar com segurança excessiva porque os rivais iam se aproveitar disso.

A presença do bicampeão da Fórmula 1 mexeu com as arquibancadas da Indy. Torcedores com bandeira da Espanha e da Ferrai eram vistos ao redor do circuito. A imprensa espanhola deu destaque ao piloto do país na cobertura. O vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, estava no autódromo.