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Lanterna da Superliga cria 'casa das 13 mulheres' por economia e conforto

Jogadoras do Maranhão Vôlei, um dos lanternas da Superliga, moram juntas em hotel de Sao Luis - Tavares Jr./Divulgação
Jogadoras do Maranhão Vôlei, um dos lanternas da Superliga, moram juntas em hotel de Sao Luis Imagem: Tavares Jr./Divulgação

Do UOL, em São Paulo

06/12/2013 06h00

Estreante na Superliga feminina, o Maranhão Vôlei tem enfrentado algumas dificuldades na competição. Até agora, são sete jogos e nenhuma vitória, ocupando a lanterna da competição ao lado do MInas. Em um projeto novo e com baixo investimento (R$ 1,5 mi na temporada), a diretoria encontrou uma maneira de ao menos diminuir custos.

Como quase todas as atletas são de fora do Maranhão, os dirigentes, ao invés de colocarem cada uma em um apartamento ou casa em São Luis, optaram por todas morarem juntas. Em um hotel de frente para a Praia de Ponta D’Areia, 13 atletas do grupo se hospedam e convivem quase que 24 horas por dia no que ficou conhecido como “a casa das 13 mulheres” – (menção à série ‘A casa das 7 mulheres’, da TV Globo, exibida em 2003.

“O mercado imobiliário é muito caro. Se nós colocássemos cada uma em um lugar na cidade, íamos gastar muito mais dinheiro. No hotel temos um preço bem mais acessível, e ainda temos uma parceria. Sai bem mais em conta ficarem todas no hotel”, afirmou Antonino Alves, presidente do Maranhão Vôlei.

“Além disso, se alugássemos apartamentos, normalmente os contratos são de um ano, não fazem por 10 meses. Nós teríamos que arcar com despesas ainda no fim da temporada”, explicou o dirigente.

Outro fator que ‘incentivou’ o presidente a optar por alojar as 13 atletas juntas foi o conforto e a facilidade de logística. Além de todas se alimentarem em um único lugar, o transporte para treinos e jogos ficou mais fácil.  Um ônibus pega as atletas na porta do hotel e elas desembarcam no mesmo local. O Maranhão economiza com despesas de carros para as jogadoras.

No hotel, o tratamento é diferenciado, com uma ala de quartos reservada, espaço especial no restaurante e, em alguns momentos, um cardápio exclusivo. Para isso, uma nutricionista do time conversa algumas vezes com o responsável pela cozinha do hotel, indicando as melhores alimentações para o grupo.

“A nutricionista passa algumas orientações e nós procuramos seguir o que ela pede. O cardápio alguns dias tem algumas coisas diferentes para elas. Elas se sentem em casa aqui, usam o hotel como se fosse a casa delas, vão à piscina, sala de ginástica. São hóspedes fixas para nós”, disse Cláudia Azevedo, responsável pela recepção do Hotel Praia Mar.

No começo da temporada, a situação despertou um certo receio na diretoria da equipe, que temia por possíveis problemas de relacionamento no grupo, já que as jogadoras fazem todas as refeições do dia juntas, além dos períodos em transporte e treinos e jogos/viagens na Superliga.

Até agora, no entanto, o clima tem sido de tranquilidade interna, apesar do mau momento vivido dentro de quadra. Segundo a capitã Nikolle Del Rio, o grupo se uniu diante das dificuldades e o fato de morarem juntas ajudou neste sentido.

“Nós brincamos que casamos com mais 12 mulheres. Temos um casamento, né? Mas não tivemos problema nenhum até agora. O time, apesar das derrotas, continua unido. Nós achávamos que seria um problema isso, mas não. Uma respeita o espaço da outra, é tudo bem tranquilo. Aproveitamos que estamos sempre juntas para tentar melhorar o que dá errado em treinos e jogos. E se houvesse qualquer problema mínimo, teríamos intimidade maior ainda para conversar e resolver”, declarou a capitã.