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Bernardinho cobra legado esportivo após Rio-2016 e vê opções para o futuro

Do UOL, em São Paulo

24/01/2017 00h40

Fora da seleção brasileira masculina de vôlei após 16 anos, o técnico Bernardinho se mostra pouco otimista com o cenário esportivo do Brasil após os Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro. Em entrevista divulgada nesta segunda-feira pelo canal de TV por assinatura SporTV, o treinador cobrou maior investimento no esporte em escolas públicas.

“A Olimpíada foi linda, mas por enquanto, o que a gente viu de legado… Nada”, disse o treinador, com discurso bastante voltado aos jovens.

“Se me perguntarem qual é o grande legado olímpico, eu falo para você: o grande legado olímpico é mostrar para milhões de jovens que eles têm que acreditar, que é possível. O grande legado olímpico são as histórias do Serginho (vôlei), da Rafaela Silva (judô), do Izaquias (Queiroz, canoagem). Não é o grande ginásio, que hoje está sem uso. OK, temos um bom ginásio - bom, mas não é o mais importante”, acrescentou.

“Existe esporte de qualidade na escola pública hoje? É a exceção da exceção da exceção”, emendou.

Fora da seleção brasileira, Bernardinho segue à frente do Rexona-Sesc (RJ), que lidera a Superliga feminina de vôlei. Segundo ele, a decisão de deixar o time masculino o tirou de uma zona de conforto, obrigando-o a procurar alternativas para a carreira.

“Me coloquei em uma zona de desconforto absoluta. Estou vivendo um desconforto. Eu não sei bem como é isso, porque nunca vivi assim”, afirmou, tentando se manter ocupado. “Eu tenho lido muito, tentado estudar, para que, nessa próxima fase, eu possa ser um professor melhor”, completou.

Entre as opções para o futuro, Bernardinho – graduado em economia - admitiu que pode trabalhar como um gestor esportivo.

“Não está na hora de desistir. Está na hora de lutar. O esporte brasileiro precisa de tanta coisa. Quem sabe eu não posso também lutar por isso, mudar o sistema do esporte brasileiro?”, questionou-se.

Outra possibilidade que não pode ser descartada é a carreira política. Em seu discurso, Bernardinho se mostrou otimista com uma mudança no cenário social brasileiro – sem deixar claro, porém, se pode participar de tal mudança.

“Começou em 2014 essa coisa de me lançarem candidato ao governo do Rio. Dois partidos fortes que me entendem como um personagem interessante para, digamos, abraçar uma bandeira. Tudo começa com uma causa”, discursou, rebatendo discursos pessimistas à política nacional. “É óbvio que não é tudo assim. Não podemos deixar que isso se perpetue.”