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Rubinho critica escolha de Renan e diz: "Não sou famoso, mas sou preparado"

Divulgação/FIVB
Imagem: Divulgação/FIVB

Fábio Aleixo

Do UOL, em São Paulo

26/01/2017 14h16

A saída de Bernardinho do comando da seleção masculina após 16 anos também acabou colocando fim a um outro longo período de trabalho no time nacional. Assistente desde 2006 e preferido pelo treinador para assumir o cargo, Rubinho optou por não seguir na comissão chefiada agora por Renan dal Zotto. O motivo? Não concordou como foi feita a escolha pela direção da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) e não vê o novo técnico como o melhor nome para comandar o processo até os Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2020.

O convite para seguir como assistente foi feito por Renan em uma reunião que tiveram há poucos dias, mas Rubinho não estava disposto a aceitar.

"Fui convidado para continuar e optei por não continuar. Não concordei como as coisas foram conduzidas e tenho esse direito. Não tem só a ver com eu ser preterido. O processo todo não foi muito do meu agrado por estar há tanto tempo na seleção e ter sido peça importante em tomadas de decisão. Poderia ser de forma diferente. Não concordei. E se não concordo como as coisas foram feitas, não devo seguir. Não é nada contra as pessoas que lá estão", disse em entrevista ao UOL Esporte.

Ao se referir à maneira como as coisas foram conduzidas, Rubinho fala bastante nas palavras "conhecimento", "estudos" e "atualização". E para ele, o longo tempo que Renan está afastado das quadras - são oito anos sem dirigir uma equipe - não o credenciam neste momento para assumir a seleção.

"Que fique claro. Não é uma critica à pessoa do Renan e não tem nada de pessoal na crítica. Nós conversamos bastante, ele é um cara inteligente. Hoje o circuito mundial é focado em conhecimento. Se meu nome não agrada, que se escolhessem outros treinadores que estão na ativa", disse Rubinho.

"Se sou eu quem decide, não colocaria alguém que está fora do mercado. Temos muitos nomes, como o próprio Marcelo Fronckowiak (escolhido como assistente de Renan), o Marcos Pacheco (técnico do Sesi-SP), o Marcelo Méndez (argentino técnico do Cruzeiro). Tem outros técnicos", completou.

Apesar de ter dirigido diversos clubes do Brasil, ficado longo tempo na seleção e ter comandado o time nos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara-2011 e Toronto-2015, com um ouro e uma prata, Rubinho sempre foi discreto e procurou ficar longe dos holofotes. E para ele, isso pode ter pesado contra a sua efetivação como treinador, mesmo com Bernardinho ter sugerido em diversas oportunidades o seu nomes em encontros com a cúpula da CBV.

"Isso contou (ser low-profile). A tarefa lá é fazer trabalho. Vivemos em um mundo de peso às redes sociais, de likes e deslikes. Quem está lá tem que fazer um bom trabalho. Não adianta ter muitas curtidas e não fazer o trabalho", disse.

"Se me perguntassem se eu tinha condição, obviamente eu tinha. Não sou um ex-atleta, não sou famoso, mas estava sendo preparado. De todos jogadores da seleção atualmente eu trabalhei com eles diretamente, inclusive como técnico principal", afirmou.

Sem dirigir um clube nos últimos quatro anos por causa de seu trabalho na seleção, Rubinho vai esperar um pouco para definir o futuro. Mas ele coloca como prioridade acertar com uma equipe do país.

"Vou aguardar o final da temporada do Brasil e ficar aberto a qualquer convite de clube. Não temos mercado muito grande", finalizou.