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Thaísa explica protesto contra CBV e se diz lesada por ranking da Superliga

Marcelo del Pozo/Reuters
Imagem: Marcelo del Pozo/Reuters

Do UOL, em São Paulo

20/03/2017 15h51

A jogadora Thaísa explicou nesta segunda-feira (20) o motivo da revolta de atletas do vôlei brasileiro em relação ao ranking utilizado pela Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) que tem como objetivo equilibrar o nível das equipes da Superliga. Em entrevista ao SporTV, ela disse se sentir lesada pela medida adotada pela CBV.

"Temos o grupo das jogadores e conversamos sobre isso. Nos sentimos totalmente desvalorizadas. A gente perde feriado, viagem com marido, tudo em prol da seleção brasileira. A gente dedica a vida inteira para isso e chega o momento da gente colher os frutos e a gente é lesada", explicou Thaísa, uma das atletas consideradas de "sete pontos" no ranking estabelecido pela CBV igualar o nível entre os participantes da Superliga.

Com um teto de 43 pontos na atual temporada da competição, a CBV autoriza apenas duas jogadores da categoria de Thaísa por equipe, assim como duas estrangeiras. A medida irritou outras campeãs olímpicas posicionadas no mesmo nível da central, como Dani Lins, Fabiana, Fernanda Garay, Jaqueline, Natália, Sheilla, Tandara e a ponteira Gabi, atleta da seleção que não tem o título olímpico.

Thaísa também disse ter entrado em contato com a CBV buscando um diálogo sobre a polêmica, mas que não houve resposta direta. "A gente mandou a nota para CBV e não tivemos nem um email falando 'recebido'. Não se pronunciaram, ignoraram nossos emails e tantativas. Triste isso, ser tratada como qualquer uma", lamentou a atleta, que defende um clube turco.

Acompanhando pela televisão a entrevista da Thaísa, Sheilla endossou o discurso da colega com alguns comentários publicados por meio de seu Instagram Stories. "Somos punidas por sermos boas", disse Sheilla, que demonstrou sentir-se discriminada pelo ranking.

Apesar de não ter respondido às atletas, a confederação divulgou um comunicado à imprensa jogando a responsabilidade da manutenção do sistema de ranking aos clubes que disputam a Superliga.

Confira o comunicado da entidade CBV:

A Confederação Brasileira de Voleibol (CBV) tem como prática dividir decisões com seus principais parceiros e isso se repetiu, na última terça-feira (14.03), em reunião realizada em São Paulo (SP), com clubes e representante da Comissão de Atletas com objetivo de definir parâmetros e traçar estratégias para a Superliga masculina e feminina 2017/2018. Na ocasião, foi decidido pela manutenção do ranking na competição feminina com sete dos nove votos a favor, demonstrando que a entidade não toma decisões unilaterais.

A Superliga é uma competição gerenciada pela CBV, mas os clubes e atletas são os protagonistas. Por isso, ficou a critério deles esta decisão, assim como o sistema de disputa da edição 16/17, que determinou séries melhor de três jogos nos playoffs do feminino, e de cinco no masculino. O ranking foi implantado na temporada 92/93, com o objetivo de gerar equilíbrio entre os times e, de forma democrática, vem sendo mantido por escolha dos clubes participantes.