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Frio e pedido da Globo criam impasse após estreia da Liga Mundial na Arena

Jogadores brasileiros fizeram até uso de bicicleta durante jogo para manter aquecimento - Divulgação/FIVB
Jogadores brasileiros fizeram até uso de bicicleta durante jogo para manter aquecimento Imagem: Divulgação/FIVB

Leandro Carneiro

Do UOL, em Curitiba

05/07/2017 04h00

A Liga Mundial começou com bom público na Arena da Baixada. O Brasil saiu de quadra com vitória por 3 sets a 1 sobre o Canadá, mas o frio voltou a incomodar a todos. A situação criou um impasse, principalmente para o que será feito caso a temperatura esteja muito baixa na final da competição, que será disputada no próximo sábado às 23h05.

A preocupação maior é de que os jogadores, que vem reclamando constantemente do frio, façam valer o regulamento e não queiram entrar em quadra no período noturno. Os organizadores acompanham a previsão do tempo e acreditam que até sábado a temperatura esteja mais alta em Curitiba. Até o momento, não há a intenção de comprarem aquecedores extras para a partida, até porque a organização acredita que não surtirá muito efeito para quem estiver dentro de quadra. 

Segundo apurou o UOL Esporte, a escolha de fazer a partida no horário noturno na decisão do próximo sábado foi feita pela TV Globo, detentora dos direitos de transmissão. Se o Brasil estiver em quadra na final, o jogo terá transmissão ao vivo na TV aberta. 

Na partida desta terça, entre Brasil e Canadá, disputada por volta das 15h, o termômetro da quadra chegou a marcar 15,8 graus na medição do delegado da partida. A temperatura está abaixo do que é permitido pelo regulamento da Federação Internacional de Vôlei (FIVB). No entanto, segundo a entidade, as seleções foram consultadas e resolveram seguir o duelo.

O regulamento da FIVB diz que uma partida de vôlei internacional não pode ser disputada abaixo dos 16 graus. A temperatura muda para duelos caseiros, podendo rolar até com 10 graus.

Termômetro mostra a temperatura no jogo do Brasil - Divulgação - Divulgação
Imagem: Divulgação

Reclamação até no Sportv

Durante a transmissão do jogo, o SporTV, que faz parte do grupo Globo, reclamou constantemente das baixas temperaturas na partida. “Está frio para dedéu. A previsão para sábado, para a hora da decisão, às 23h, é 8 graus. A previsão da temperatura ambiente para a hora da decisão. Sinceramente, não sei o que vai acontecer. A regra é clara, né Marcos Freitas?”, disse o narrador Sérgio Maurício.

Um dos pontos que mais incomodaram os atletas em relação ao frio foram as longas paradas. Na troca de set e a cada desafio, o frio apertava para quem estava atuando. Como o desafio teve um problema técnico e demorou mais que o normal, o técnico Renan dal Zotto se queixou.

“Pecado foram as paradas demoradas, aí o frio começa agir. Se paradas de desafio fossem dentro do limite de 10 segundo, estaria tranquilo. Maior reclamação foram as paradas extremamente demoradas. Aí é complicado para os atletas”, falou.

Quatro aquecedores até foram instalados próximo do banco de reservas para manter o aquecimento dos atletas, mas pouco ajudavam para quem estava em quadra. O levantador Bruninho fez uso de bolsa térmica para não perder sensibilidade para os levantamentos.

O capitão da seleção brasileira, inclusive, falou que a final poderia ser em outro horário, mas não quis polemizar sobre. “Não estou pensando no que pode ser pior. Tentar ver lado positivo, se colocar obstáculos é pior, se tiver de jogar 23, vou estar feliz de estar na final. Mas que podia ser outro horário, isso podia”, disse antes de lembrar que antes da final ainda tem outro jogo para se preocupar.

Da equipe brasileira que começou em quadra, apenas Lucão e Wallace optaram por não usar a camisa térmica. “Eu não gosto de jogar com uma segunda pele, não me adapto, me aperta. No começo, eu estava só com uma camiseta por baixo, mas depois eu tirei”, falou o oposto.

Questionado sobre a temperatura, John Gordon Perrin, capitão da seleção canadense, minimizou o frio e disse que está acostumado a jogar em temperaturas baixa no inverno do Canadá. Já o levantador titular e capitão da França, Benjamin Toniutti, que jogou na partida seguinte a do Brasil, quase no início da noite em Curitiba reclamou do frio, mas não vê outra solução. "Não foi fácil jogar no frio, não é a condição ideal, mas vai ser assim a semana toda e temos que lidar com isso".