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Trans dizem que segurança mulher se recusou a revistá-las em jogo de vôlei

Felipe Pereira/UOL Esporte
Imagem: Felipe Pereira/UOL Esporte

Felipe Pereira

Do UOL, em São Paulo

02/02/2018 21h03

Torcedores trans fizeram uma caravana para apoiar a oposta Tifanny, mulher trans que atua pelo Bauru em jogo que acontece contra o Osasco, pela Superliga de Vôlei. Ao entrar no Ginásio José Liberatti nesta sexta-feira (2), a segurança mulher se recusou a revistar as travestis, afirmou Amara Moira, organizadora da caravana. "A mulher da segurança disse que estavam na fila errada. A gente se recusou a fazer a revista."

Amara declarou que a experiência ensinou a esperar este tipo de tratamento. Segundo a organizadora, travestis e mulheres trans vão para eventos com "a guarda alta".

Mesmo assim, ela ressaltou que pode frequentar novos ambientes, como o esportivo, porque elas foram empoderadas com a luta de pessoas como Tifanny. "Algumas pessoas vão criando brechas. Ela é uma dessas pessoas. Uma verdadeira guerreira".

Mesmo jogando na casa da equipe adversária, nem Tifanny e nem torcida de trans sofreram qualquer represália dos rivais locais. A atleta se falou sobre o caso depois da partida e criticou a postura da segurança. "Falta de respeito. Tinha que respeitar como mulheres porque ela não vai tocar em nada diferente que não seja um corpo feminino." 

Tifanny virou assunto por se tornar a primeira mulher trans a jogar a Superliga feminina. A participação dela no campeonato levantou polêmica porque algumas pessoas enxergam uma vantagem física por um passado como homem.

Contraponto

A assessoria de imprensa do Vôlei Nestlé informou que não há como confirmar se a situação ocorreu. Acrescentou que vai apurar e ressaltou que não apoia este tipo de atitude.
Também foi declarado que existe uma entrada especial para torcida visitante onde as pessoas não são revistadas. Caso algum torcedor tenha entrado pela área do público, passou pela segurança.