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Brasileiros da NBA reconquistam torcida e vencem teste contra Argentina

Do UOL, em São Paulo

02/08/2014 11h57

A seleção brasileira não poderia ter escolhido um teste melhor em sua preparação para o Mundial de basquete.  Algoz do Brasil nos últimos anos, a Argentina trouxe à quadra a rivalidade, a catimba e protagonizou mais um jogo nervoso contra seu maior rival. Desta vez, porém, os comandados do técnico Rubén Magnano levaram a melhor: 68 a 59, neste sábado (02), diante de um ótimo público no ginásio do Maracanãzinho.

A partida também serviu para reatar os laços entre a torcida e os brasileiros que atuam na NBA. Os torcedores, que tanto cobraram a presença dos principais atletas do país na seleção, praticamente lotaram o Maracanãzinho, incentivaram e aplaudiram os jogadores durante todo o confronto. Até Nenê e Leandrinho, vaiados em 2013 por causa das dispensas do time nacional, ganharam o carinho das arquibancadas.

E dentro de quadra eles retribuíram, especialmente o trio de pivôs. Homenageado pelo título na NBA, com direito à presença do troféu da liga norte-americana em quadra, Tiago Splitter foi o cestinha da equipe com 15 pontos. Nenê marcou 10 e Varejão fez sete. Mais que no ataque, chamou a atenção a sólida atuação defensiva, aproveitando a ausência de Luis Scola.

"Foi um jogo catimbado, eles gostam de jogar assim. Foi um jogo bom para a gente treinar, mesmo sem eles estarem com o time completo. Temos que continuar buscando a forma necessária para jogar o Mundial, que tem jogos consecutivos", afirmou Splitter, em entrevista à TV Globo. "Tem grande chance de jogarmos contra eles nas oitavas, é um rival complicado, estão há muitos anos jogando juntos. Mas nosso time está bem".

Quem destoou negativamente foi Leandrinho. Ainda sem o ritmo ideal após longo período lesionado, converteu apenas um dos seis arremessos de quadra que arriscou. Terminou com 10 pontos graças ao aproveitamento nos lances livres, a maior parte resultado de faltas técnicas dos argentinos.

"Acho sempre importante ganhar, mas a diferença deste jogo para o de Angola é que hoje tivemos pouco aproveitamento de campo, baixos porcentuais. Nossos jogadores [de perímetro] precisam colaborar em jogos como o de hoje. Quando [os adversários] fecharem o garrafão, temos que meter a bola de fora. Também tivemos pouco aproveitamento nos lances livres. Temos que melhorar", criticou Magnano ao Sportv.

Já Argentina, que eliminou o Brasil no Mundial de 2010 e nas Olimpíadas de 2012 sentiu a falta de seus astros, principalmente quando as duas equipes colocaram em quadra suas formações principais. Ausência mais sentida foi a de Luis Scola, conhecido carrasco dos brasileiros, que ficou treinando e não viajou para o amistoso. Está confirmado, porém, para a competição na Espanha.

Não é o caso de Manu Ginobili e Carlos Delfino, cortados da lista final por causa de lesões. Com uma microfratura na tíbia, o ala-armador do San Antonio Spurs até tentou se recuperar a tempo do Mundial, mas sua equipe na NBA vetou sua presença na seleção argentina.

O Brasil iniciou o confronto disposto a se impor diante de um rival seriamente desfalcado. Com uma defesa agressiva e bom trabalho junto aos pivôs, abriu chegou a abrir oito pontos de vantagem apesar da atuação apagada do armador Marcelinho Huertas. Tiago Splitter, em grande fase, foi responsável por seis pontos no período.

Magnano rodou o time no segundo quarto e o Brasil caiu de rendimento. A formação com Larry, Leandrinho, Marcelinho Machado, Hettsheimeir e Varejão não apresentou bom desempenho, principalmente no ataque, e a Argentina buscou a virada no placar. No fim do período, com os titulares de volta, os donos da casa melhoraram e foram para o intervalo com 33 a 32 de vantagem no placar.

O terceiro quarto teve um início arrasador do Brasil, que marcou oito pontos consecutivos e elevou a diferença a nove – com direito a belas enterradas de Nenê e Marquinhos. A rotação, porém, novamente fez com que o rendimento caísse. Machado e Leandrinho foram pouco efetivos no ataque e os argentinos se aproveitaram, reduzindo novamente a diferença para um ponto no fim do período.

No último quarto, argentinos e arbitragem se estranharam e o Brasil se beneficiou. Foram seis lances livres resultantes de faltas técnicas, que fizeram os donos da casa ampliarem a diferença. Vantagem bem administrada pela equipe até o fim, mesmo sem a presença de seu principal marcador – Alex deixou a quadra no início do período ao estourar limite de infrações.