Da Redação
Em São Paulo

O Brasil teve um jogador selecionado no "draft" 2006 da NBA. O ala Marquinhos, de 22 anos de idade, foi escolhido pelo New Orleans Hornets, equipe que já o elogiou em recentes testes privados na liga profissional norte-americana.

Marquinhos ficou fora da primeira rodada e foi apenas o 43º escolhido da liga. Como ficou fora dos 30 primeiros, ele não tem garantia de contrato para a próxima temporada, mas está preso aos Hornets.

A franquia de Nova Orleans ainda irá decidir se oferece um contrato ao jogador e, caso isso não aconteça, Marquinhos poderá ir para uma liga de desenvolvimento nos Estados Unidos ou voltar para o basquete europeu -ele já atuou na Itália.

O lado positivo de entrar na segunda rodada é que Marquinhos poderá negociar um salário, possivelmente mais alto que de muitos jogadores da primeira demanda. É um caso semelhante ao do pivô Anderson Varejão, que chegou ao Cleveland Cavaliers ganhando mais que Leandrinho no Phoenix Suns, por exemplo.

Marquinhos, de 2,09 m de altura, é um atleta desconhecido no cenário nacional. Ele atuou no basquete italiano até 2005, sendo vice-campeão da segunda divisão pelo Premiata Montegranaro. No último Campeonato Paulista, jogou pelo São Carlos, mas não evitou o fracasso de seu time.

Nesse período, entretanto, não deixou de dar continuidade ao seu objetivo de entrar na NBA. Ele treinou com Robert Donewald, ex-assistente do New Orleans Hornets, que lhe deu grande desenvolvimento individual.Desde fevereiro, passou a treinar exclusivamente com Donewaldo e, a partir de março, participou de testes privados nos EUA.

Marquinhos pode ser o quinto brasileiro na liga profissional. Na próxima temporada, estão garantidos os pivôs Nenê (Denver Nuggets), Anderson Varejão (Cleveland Cavaliers) e o armador Leandrinho (Phoenix Suns). O pivô Rafael Araújo, o Baby, está no Utah Jazz após uma péssima temporada pelo Toronto Raptors.

Os outros dois brasileiros inscritos no "draft" ficaram fora do processo seletivo. Estavam na briga os pivôs Leonardo "Morro" e João Paulo Batista, que eram considerados "zebras" perto das chances de Marquinhos.

Morro passou a mirar a NBA depois de despertar a atenção de Donewald. Ele passou pelos mesmos testes de Marquinhos, mas teve como desvantagem o fato de ser uma figura desconhecida para os dirigentes que tomam decisões na NBA.

Batista também fracassou no processo seletivo. Ele joga no basquete universitário dos EUA, pela Universidade de Gonzaga, mas ficou fora do grupo dos 60 escolhidos, apesar de já ter chamado a atenção de olheiros da NBA.

Número 1
O primeiro selecionado no "draft" foi o italiano Andrea Bargnani. É a primeira vez na história que um jogador europeu ocupa essa posição. Ele vai atuar pelo Toronto Raptors, que teve desempenho abaixo da crítica na temporada passada e nem se classificou para os playoffs.

"É um sentimento incrível", afirmou Bargnani, logo depois de ser selecionado no Madison Square Garden, em Nova York. "Estou me sentindo muito empolgado e orgulhoso por representar meu país."

Na seqüência vieram o ala LaMarcus Aldridge, escolhido pelo Chicago Bulls, e o ala Adam Harrison, companheiro de Batista na Universidade de Gonzaga, que vai atuar pelo Charlotte Bobcats.

Ao ser escolhido, Morrison disse que estava honrado de ser selecionado pela franquia que tem Michael Jordan como dirigente. "É muito bom. Ele é o maior de todos os tempos", disse o jogador. "Estou feliz por estar aqui e quero ganhar uma vaga entre os titulares", complementou.

Assim que o "draft" foi realizado, as primeiras negociações já começaram. O Portland, que escolheu o ala Tyrus Thomas, o cedeu para o Chicago Bulls em troca de Aldridge. Os Blazers ainda mandaram o ala Viktor Khryapa e uma futura escolha de segunda rodada no "draft".