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Morre boxeador Rubin Carter, que ficou quase 20 anos preso injustamente

Rubin "Hurricane" Carter, de terno escuro, ao lado do ator Denzel Washington - FRED PROUSER / REUTERS
Rubin "Hurricane" Carter, de terno escuro, ao lado do ator Denzel Washington Imagem: FRED PROUSER / REUTERS

Do UOL, em São Paulo

20/04/2014 13h37

Morreu neste domingo o boxeador Rubin Carter, conhecido como "Hurricane" (furacão, em inglês). O ex-pugilista estava com 76 anos e lutava contra um câncer de próstata. Em 40 lutas como peso médio, ele conquistou 27 vitórias em uma carreira que foi interrompida abruptamente aos 29 anos, quando ele foi preso.

Negro, Carter se tornou um ícone da luta contra o racismo. Em 1966 ele e um amigo, John Artis, foram presos por conta do assassinato de três pessoas em Nova Jérsei. Entretanto, depois de 19 anos encarcerado, ele foi solto após a justiça determinar a anulação da pena e a inocência do boxeador.

"Eu nunca desisti. Não importa que eles me condenaram a três vidas na prisão. Eu não iria desistir. Só porque um júri de 12 pessoas desinformadas me consideraram culpado, eu não era culpado. E por isso eu me recusei a agir como uma pessoa culpada", disse Carter, em uma entrevista em 2011.

"Quando eu entrei na prisão, recusei vestir aquelas roupas. Recusei comer aquela comida. Recusei o trabalho deles. e eu teria recusado respirar o ar da prisão se pudesse", relatou.

Em 1999, sua história ganhou as telas do cinema com um filme biográfico, "Hurricane: o Furacão", estrelado por Denzel Washington. Além disso, inspirou a música "Hurricane", de Bob Dylan, lançada em 1975 que versa contra o racismo.
 
Após ser livre, Carter passou a lutar para ajudar pessoas que, assim como ele, alegavam terem sido condenados injustamente.