Scolari e Eriksson apimentam
Portugal x Inglaterra, mesmo sem querer

Um acha que ganha com certeza. O outro aposta na aplicação de sua equipe. Os dois já se encontraram em duas quartas-de-final, e agora tem novo encontro marcado, no Mundial da Alemanha. Embora assumam o discurso de que técnico não entra em campo e nem ganha jogo, Sven-Goran Eriksson e Luiz Felipe Scolari, treinadores da Inglaterra e de Portugal, sabem da importância que têm para o confronto. E travam um duelo particular que envolve até o emprego de cada um deles.

Para não apimentar ainda mais a relação entre ambos e o clima do jogo, trocam gentilezas antes da partida. Uma opção sensata, uma vez que, na vitória de Portugal sobre a Holanda, quatro atletas foram expulsos, e outros doze amarelos foram distribuídos.

De todo modo, se a Inglaterra possuía algum adversário histórico a temer no Mundial da Alemanha, ela terá de enfrentá-lo novamente: Scolari. A seleção inglesa foi eliminada na Copa do Mundo de 2002 e na Eurocopa-2004 por equipes treinadas pelo brasileiro. Pior, nas quartas-de-final, mesma fase em que Portugal e Inglaterra se enfrentam em Gelsenkirchen no dia 1º de julho, próximo sábado.

Scolari eliminou duas vezes a Inglaterra recentemente, mas na única vez que os ingleses enfrentaram os portugueses em um mata-mata de Copa, levaram a melhor. No Mundial de 1966, disputado na Inglaterra, os anfitriões encararam Portugal nas semis, vencendo por 2 a 1, com dois gols de Bobby Charlton contra um de Eusébio. Na final, os ingleses se sagraram campeões contra a Alemanha.

Em 1986, as equipes se enfrentaram novamente, na 1ª fase da Copa do México. Dessa vez, Portugal saiu-se com uma vitória por 1 a 0, gol de Carlos Manuel.

Neste sábado, Portugal busca chegar a uma semifinal de Copa após 40 anos. A Inglaterra, por sua vez, não fica entre os quatro melhores do Mundial desde 1990. Scolari, que quase assinou com a Associação Inglesa de Futebol (FA) para assumir a vaga de Eriksson após a Copa, tem tudo para ficar à frente de Portugal por mais alguns anos. Já o sueco sabe que, depois do Mundial da Alemanha, terá de procurar emprego novo. Os dois tentam se afastar do papel de protagonistas do clássico entre as equipes no próximo sábado, mas bem sabem que isso não será possível.