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"Querem que a gente se vire com R$ 2 no bolso", diz Razia sobre falta de apoio na F-1

Razia substituiu Jarno Trulli na Lotus no 1º treino livre pelo GP do Brasil em Interlagos - Mark Thompson/Getty Images
Razia substituiu Jarno Trulli na Lotus no 1º treino livre pelo GP do Brasil em Interlagos Imagem: Mark Thompson/Getty Images

Rubens Lisboa

Em São Paulo

25/11/2011 16h49

Em briga para conseguir uma vaga pela equipe Lotus no grid para a temporada 2012 na da Fórmula 1, o piloto brasileiro Luiz Razia se queixa da falta de apoio das empresas brasileiras aos pilotos e da reação da torcida brasileira cobrando resultados de destaque em condições que não são as ideais.

Razia aponta o suporte recebido pelos outros pilotos que correm atualmente na Fórmula 1 de empresas de seus países e se mostra preocupado com o futuro brasileiro na principal categoria do automobilismo mundial, onde o Brasil é um dos mais vencedores e tradicionais.

As críticas de torcedores e a espera por um piloto brasileiro que volte a conquistar um título mundial após os 20 anos de jejum desde a conquista de Ayrton Senna em 1991 também desagradam ao piloto que nesta sexta-feira participou da primeira sessão de treinos livres em Interlagos.

“O que é um piloto de ponta? É o que ganha corrida? O Bruno Senna já ganhou corrida na GP2, o Lucas di Grassi também, eu também, o Felipe Nasr já ganhou campeonato da F-3 inglesa, eu já ganhei campeonato também. Acho que talento tem, a gente precisa é de apoio. Não adianta só falar que a gente precisa de um novo Senna, não vai existir um novo Senna”, afirma Luiz Razia, que há dois anos tenta a entrada na F-1.

O piloto brasileiro não conseguiu participar da corrida em Interlagos por não ter atingido a quantia que era necessária com patrocinadores e conta com apenas um apoio de empresa nacional no momento antes de tentar fazer parte dos 24 pilotos de 2012.

“Vettel jamais estaria onde está se não fosse apoiado pela Red Bull e pela BMW, que é alemã. Pastor Maldonado que ganhou corrida e foi campeão da categoria não teria chegado se não fosse apoiado pela PDVSA, então não entendo às vezes o publico. Eles querem que a gente se vire nos 30 com R$ 2 no bolso e que a gente faça milagre. Milagre a gente não vai fazer”, reclama Luiz Razia.

Em um momento em que se discute a entrada de pilotos na Fórmula 1 não apenas pelo talento, mas com prioridade para o dinheiro, tendo até o veterano Rubens Barrichello precisando arrumar patrocinadores à equipe para conseguir estar no grid no ano que vem, Luiz Razia acredita que apenas ser bom piloto não é o suficiente no caminho até a categoria.

“Acho que o talento ainda conta. Não vão colocar um Zé Mané para pilotar o carro. Mas correr sem patrocínio hoje em dia, só se você demonstrar que tem três bolas e acho que é difícil”, declara o piloto que no ano passado foi reserva da equipe Virgin e neste ano assumiu a osição na Lotus.

Luiz Razia aguarda para saber se o finlandês Heikki Kovalainen terá seu contrato formalmente renovado e se o italiano Jarno Trulli, que já renovou, vai decidir se aposentar antes da próxima temporada para poder se tornar titular, uma situação que não é muito favorável.

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