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Fórmula 1

Tetra, Vettel mostra que "bom mocismo" dá resultado na F-1 dos holofotes

Do UOL, em São Paulo

27/10/2013 09h12

O glamour da F-1 parece não mexer muito com o alemão Sebastian Vettel. Com o quarto título consecutivo da categoria, o piloto entra na lista dos maiores da história. E com um perfil bem discreto. O alemão adota um estilo simples longe das pistas e leva uma vida diferente de outros campeões mundiais, como Fernando Alonso ou Lewis Hamilton, acostumados com uma rotina de luxo e holofotes. 

Vettel é daqueles bons moços. Vettel podia, por exemplo, ter comprado uma casa em Mônaco, paraíso dos pilotos de F-1. Preferiu viver em Ellighausen, um povoado na divisa da Suíça com a Alemanha. Em 1990, a pequena vila escolhida pelo tetracampeão tinha menos de 100 habitantes.

Um dos motivos da escolha, diz o piloto, é a privacidade. O único incômodo que ele enfrentou no lugar foi um protesto da WWF, que quis impedí-lo de derrubar árvores para construir uma piscina e uma quadra de badminton. A polêmica foi resolvida, sem alarde, por meio de um acordo entre  as partes.

O piloto também não se deixou seduzir por modelos, atrizes ou qualquer tipo de celebridade instantânea que circula pelos paddocks da F1. A namorada de Vettel é, segundo consta, Hanna Prater, uma garota que ele conheceu no colegial, aos 17 anos, em Heppenheim, na Alemanha.

Filha de mãe inglesa e pai alemão, Hanna não costuma acompanhar Vettel nas corridas; muito menos é citada com frequência em colunas sociais ou sites de celebridades. A jovem estuda design e tenta levar uma vida próxima ao normal.

As outras mulheres de Vettel, porém, são muito mais famosas e menos comportadas: o alemão tem o hábito de colocar nomes femininos nos seus carros. Já passaram por suas mãos Kate (2009), Kate’s Dirty Sister (Irmã Safada da Kate, que substituiu o carro anterior após um acidente), Luscious Luz (Liz Gostosa, em 2010), Randy Mandy (Mandy Fogosa, também em 2010), Kinky Kylie (Kylie Safada, em 2011) e Abey (2012). O modelo deste ano foi batizado de Hungry Heidi (Heidi Faminta).

  • Vettel e Hanna em jogo entre Barcelona e Valencia, em 2012.

Longe das pistas, Sebá evita circular pelas pacatas ruas de Ellighausen com algum carro esportivo que custa milhões de dólares. O veículo do dia-a-dia de Vettel é uma van Caravelle usada, da Volkswagen. Em entrevista recente ao Daily Mail, da Inglaterra, o piloto disse que a comprou de segunda mão em 2007 por cerca de R$ 85 mil.

Na pequena vila suíça, Vettel faz as compras da casa e, quando possível, corta a própria grama. Nas horas vagas, anda de bicicleta pelas bucólicas paisagens suíças ou joga badminton com amigos, entre eles o piloto finlandês Kimi Haikkonen.

“Meus vizinhos não me incomodam. Os suíços são muito respeitosos com seu espaço privado”, disse o alemão ao jornal britânico. “Sua vida depende de que tipo de cara você é. Não há certo ou errado. Somos muito ocupados durante o ano. Precisamos de algo diferente em casa: paz e silêncio.”

O piloto diz ser fã de rock. Recentemente, chegou a declarar ao site da FIA que “Back in Black”, do AC/DC, era sua música preferida. Em 2011, aproveitou o GP de Abu Dabi para assistir a um show de Paul McCartney - e saiu de lá com uma guitarra autografada.

Até no futebol o piloto evita escolhas polêmicas. Vettel torce para o Eintracht Frankfurt, time que terminou a última edição do campeonato alemão em sexto lugar, o que garantiu sua participação na Liga Europa. A temporada passada foi a melhor em 19 anos para o clube.

O alemão tem ainda um lado supersticioso. Além de mudar de caminho quando encontra um gato preto na rua, Sebá costuma correr com um porquinho da sorte e uma moeda nos bolsos do macacão.

O amuleto em forma de porco, chamado Glücksschwein, é uma tradição alemã e foi um presente de seu pai. Vettel o ganhou após sofrer um acidente em uma corrida de kart. Na etapa seguinte, venceu a prova - e não abandonou mais o porquinho.

A imprensa especializada diz, ainda, que o alemão carrega consigo, desde o GP dos Estados Unidos, em 2007, uma moeda de um centavo que ele achou nas ruas de Austin, Texas, no fim de semana da prova.

Vettel sentou num banco de kart pela primeira vez aos três anos. Nove anos depois, o garoto já fazia parte do time júnior da Red Bull. No kart, o alemão desenvolveu seu talento para pilotar em pistas molhadas, pois corria frequentemente com pneus carecas por falta de dinheiro.

Durante a adolescência, Vettel diz ter tido três ídolos que atendiam pelo mesmo nome: Michael. O primeiro era Jordan, jogador de basquete, esporte que nunca seguiu. O segundo era Michael Jackson, a quem o piloto gostava de imitar quando era jovem, embora não tivesse voz para cantar. E o último era Schumacher, alemão sete vezes campeão da F1 - o ídolo de quem mais se aproximou.

Aos 19 anos, Vettel já estava na F1, como piloto de testes da BMW. A partir daí, colecionaria uma série de recordes por ser o mais jovem a fazer alguma coisa. Atualmente, ele éo mais novo a: participar de um fim de semana de testes, marcar pontos em uma corrida, liderar um GP, a conseguir uma pole, a vencer uma corrida e, claro, a ganhar quatro títulos seguidos.

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