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Felipão repassa caso de Kleber à diretoria, mas insiste que o quer no time e critica Fla

Felipão criticou o Flamengo por assediar Kleber e reforçou desejo de manter o atacante - Fabio Braga/Folhapress
Felipão criticou o Flamengo por assediar Kleber e reforçou desejo de manter o atacante Imagem: Fabio Braga/Folhapress

Luiza Oliveira e Paula Almeida

Em São Paulo

10/07/2011 21h40

Visivelmente cansado da novela que se criou em torno da permanência ou não de Kleber no Palmeiras, o técnico Luiz Felipe Scolari fez novos esclarecimentos sobre o assunto após a boa vitória de sua equipe sobre o Santos por 3 a 0 neste domingo e avisou que repassará à diretoria o fato de o atacante não ter se concentrado com o restante do time, mas tratou de reiterar que espera que o camisa 30 fique no clube e reforçou os elogios de sempre.

Tal como o médico Otávio Vilhena já havia explicado, Felipão afirmou que relacionou Kleber para o clássico porque o jogador estava, ao menos aparentemente, recuperado de uma lesão na coxa esquerda.

“O departamento médico trabalhou, fez os exames, fez o diagnóstico, passou ao departamento físico, o departamento físico passu ao departamento técnico, que sou eu e o Murtosa, nós trabalhamos, na sexta fizemos um trabalho de 90 minutos em campo reduzido com 350 mil chutes, mais trabalho tático, técnico, e o Kleber reagiu bem. Sábado o treino foi normal, portanto minha função é convocar o atleta, porque ele, na minha opinião, é e continua sendo o melhor centroavantedo Brasil”, detalhou o treinador.

O técnico não quis dizer quais seriam os desdobramentos internos da questão, mas lembrou que Tinga, quando se ausentou de uma semana de treinos do Palmeiras, foi afastado do elenco e teve de trabalhar isoladamente até recuperar a confiança do treinador e voltar definitivamente à equipe.

“O não comparecimento dele na concentração não é um assunto que eu vou discutir com vocês, é um assunto da direção. As atitudes que tomei com o Tinga são as mesmas que vou tomar com o não comparecimento do Kleber”, adiantou o comandante. “Da minha parte, esse assunto se encerra dessa forma, porque não adianta levar adiante uma situação como essa. Quando estiver em condições, ele vai ser escalado. Se comparecer ou não, é assunto da direção, ela que resolva”.

Felipão não demonstrou nenhum tipo de reação ao comportamento do ‘Gladiador’, mas o elogiou diversas vezes e admitiu que chegou a interpelar pelo jogador junto à diretoria, sugerindo que tentou convencer os cartolas a liberarem o aumento salarial que Kleber estaria tentando.

“Eu só posso dar um exemplo a vocês. Eu tenho uma empresa lá no sul, trabalho com empregados, e se estou satisfeito com algum funcionário, mesmo que ele tenha um contrato, eu posso dizer a ele que ele está muito bem e posso dar a ele alguma coisa mesmo que não me solicite. Se me pressionar, na minha empresa eu penso. Essa é a minha filosofia na minha empresa em Porto Alegre”, exemplificou o treinador. “Sempre que eu tenho possibilidade, eu ajudo um jogador ou dou uma ideia para a direção. É a direção que tem que saber se vale a pena e se tem condições. É o que eu faço sempre, independentemente do nome. O Kleber é útil, nós gostamos, é o melhor centroavante do Brasil. O que eu puder fazer de bem eu faço. Eu sempre estou dizendo o que eu acho que poderia ser feito. Mas às vezes não dá pra fazer imediatamente. São estudos que devem ser feitos pelo nosso financeiro, porque a coisa não está fácil”.

Por fim, o técnico tratou de mais uma vez criticar a postura do Flamengo, que insiste na proposta por Kleber, e da presidente Patrícia Amorim, que chegou a dizer que qualquer atleta interessado em deixar o clube consegue fazer isso, mesmo que tenha um contrato vigente.

“Nós queremos a permanência do Kleber. Se alguém pensa que nós vamos brigar, incomodar, ficar nervosos, estão errados, eu quero o jogador. Vocês têm que perguntar pro Flamengo, pro Vanderlei [Luxemburgo, técnico do Fla], se ele quer o jogador, ele que fale. Se a presidente falou que quando o jogador quer sair ele arruma confusão, então quem está arrumando confusão? Nós ou eles? Ela gostaria que nós fôssemos falar pro Ronaldinho que vamos pagar o dobro? Tem que saber também como que vão pagar, porque o Vagner Love não recebeu nada até hoje”, disparou o treinador.