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"Fantasminha" de 2010 e ansiedade do elenco desafiam Corinthians na reta final

Equipe tem pela frente quatro ameaçados pela queda e não pode repetir erros de 2010  - Thiago Bernardes/UOL
Equipe tem pela frente quatro ameaçados pela queda e não pode repetir erros de 2010 Imagem: Thiago Bernardes/UOL

Carlos Padeiro

Em São Paulo

31/10/2011 07h00

Restam seis rodadas para o término do Campeonato Brasileiro e o Corinthians depende só de si para conquistar o pentacampeonato. A liderança voltou ao Parque São Jorge no último domingo, depois da sofrida vitória por 2 a 1 sobre o Avaí e do empate do Vasco com o São Paulo por 0 a 0.

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-06/11-América (fora)
-13/11-Atlético-PR (casa)
-16/11-Ceará (fora)
-20/11-Atlético-MG (casa)
-27/11-Figueirense (fora)
-04/12-Palmeiras (casa)
-06/11-Santos (fora)
-13/11-Botafogo (casa)
-16/11-Palmeiras (fora)
-19/11-Avaí (casa)
-27/11-Fluminense (fora)
-04/12-Flamengo (casa)

Os corintianos lutam agora contra suas próprias fraquezas. Uma deles é o trauma de 2010, quando a equipe alvinegra deixou o título escapar na reta final devido a tropeços contra times da parte de baixo da tabela. A outra é, segundo análise de Tite, a imaturidade de parte do elenco.

O treinador usou o terma “fantasminha” para se referir ao que ocorreu no ano passado (empates com os rebaixados Vitória e Goiás nas últimas rodadas, sob o seu comando).

“O fantasminha será até o final do campeonato. Temos de conviver com ele, dizer ‘oi, tudo bem’. É o convívio do resultado, do enfretamento, do jogo. Ter maturidade de administrar isso”, comentou o técnico gaúcho.

Após a virada sobre o vice-lanterna Avaí, o Corinthians tem pela frente o laterna América-MG, além dos ameaçados Atlético-PR, Ceará e Atlético-MG. O duelo com o Figueirense (que sonha com uma vaga na Libertadores) e o clássico com o Palmeiras (em crise) encerram a participação alvinegra no certame.

Tite atribuiu o nervosismo apresentado pelo time no primeiro tempo contra o Avaí à ansiedade de alguns atletas, que buscam o primeiro grande título na carreira. O próprio treinador se insere neste cenário.

“Alguns jogadores têm uma sede danada pelo título, uma vontade de afirmação muito grande. É o técnico, que já ganhou Sul-Americana, Copa do Brasil, mas não tem um titulo do brasileiro. É o Julio Cesar, o Welder, o Castan, Ralf, Paulinho, Willian, outros jogadores com essa busca, e o emocional pesa”, opinou, citando os mais jovens, que não têm conquistas de peso no currículo.

Liedson, um dos mais experientes do elenco, endossou o discurso de que faltou calma no primeiro tempo.

"Começamos o jogos muito acelerados. Tem horas que você precisa cadenciar, não entrar no oba-oba da torcida. A gente estava querendo fazer as coisas muito rápido, errando bastantes passes de poucos metros”, analisou o camisa 9, autor do gol da vitória.

"Foi apenas um pequeno passo, faltam seis jogos ainda, a caminhada é longa, mas tudo indica que vai acabar com final feliz. Espero que a gente tenha tranquilidade e não sofra tanto quanto nós sofremos hoje [domingo], ter mais concentração, principalmente no início dos jogos, e conseguir bons resultados. A liderança sem dúvida nos deixa mais otimistas", completou o veterano de 33 anos.