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Pressionado na reta final do Brasileiro, Flamengo tenta 'esconder' a tensão nos bastidores

O cabisbaixo Alex Silva no CT Ninho do Urubu: zagueiro vive conflito intenso com a torcida do Fla - VIPCOMM
O cabisbaixo Alex Silva no CT Ninho do Urubu: zagueiro vive conflito intenso com a torcida do Fla Imagem: VIPCOMM

Vinicius Castro

No Rio de Janeiro

23/11/2011 06h10

Pressionados, jogadores, comissão técnica e dirigentes do Flamengo tentam esconder em vão a tensão para a decisiva reta final do Campeonato Brasileiro. No discurso, palavras escolhidas com cautela, mas os semblantes contraídos denunciam o incômodo com o momento delicado. Na última terça-feira, os envolvidos esperavam a visita de líderes de torcidas organizadas no CT Ninho do Urubu, fato que deve acontecer na manhã desta quarta-feira em comum acordo com a diretoria.

Os torcedores querem conversar com os atletas e cobrar a classificação para a Libertadores do próximo ano. Para isso, o time não tem alternativa e precisa vencer o Internacional, domingo, às 17h (de Brasília), em Macaé, pela 37ª rodada da competição. O zagueiro Alex Silva, um dos alvos da torcida rubro-negra, até tentou disfarçar a tensão, mas mostrou irritação com os questionamentos relativos ao fraco desempenho da equipe no momento decisivo.

“Quando fizemos cinco no Cruzeiro, diziam que tínhamos uma grande equipe. Agora, só por causa de três jogos tudo desmorona? Times como o Cruzeiro, Atlético-MG, gostariam de estar no nosso lugar. Não vejo o motivo da pressão”, afirmou, acrescentando.

“Vivemos uma pressão gostosa, pois estamos na briga pela vaga na Libertadores. Duro é pressão para fugir da zona de rebaixamento, para não cair, como foi no ano passado. A pressão é normal, pois a diretoria investiu e quer o time no topo”, completou.

As declarações de Alex Silva questionando o comportamento da torcida não repercutiram positivamente entre os rubro-negros. O jogador deve ser o mais cobrado no encontro com os líderes de organizadas. Mesmo assim, o zagueiro firmou posição e tentou se explicar.

“Não me arrependo, pois não falei nada demais. Só acho que não deve vaiar. Ano passado, quando o time estava lutando para não cair, eles apoiaram. Por que agora é o contrário? Foi um desabafo, não foi maneira de hostilizar. Se alguém se sentiu ofendido, peço desculpas”, finalizou.

No momento decisivo, o técnico Vanderlei Luxemburgo talvez seja o profissional do Flamengo que menos tenta disfarçar o incômodo. O treinador reconhece a fase delicada e vem “acusando o golpe” de acordo com pessoas próximas no clube.