Rivais mineiros fazem preparação semelhante durante semana que antecede ao clássico

A semana de preparação da dupla Atlético-MG e Cruzeiro para o clássico deste domingo, às 17h, no estádio Independência, foi marcada por treinos secretos dos dois lados, negociação pela saída de Montillo, renovação de contrato de Ronaldinho Gaúcho e discurso “ensaiado” dos rivais.

Apesar de o clássico ter importância diferente para os times, o período de preparação para o jogo final dos tradicionais adversários no Campeonato Brasileiro foi parecido. O discurso ameno e de igualdade de forças tomou conta de jogadores, dirigentes e treinadores de ambas as equipes, que ensaiaram as falas para evitar motivação para algum dos lados.

No Atlético, a renovação de contrato de Ronaldinho Gaúcho marcou a semana atleticana. O jogador teve o contrato estendido até o final de 2013, encerrando assim a principal “novela” do clube e aumentando a motivação por uma vitória atleticana no clássico.

“Melhor impossível, a semana está sendo muito boa de trabalho, todo mundo motivado, esperamos que no domingo a gente esteja em um dia feliz”, disse Pierre em relação à preparação do Atlético, que, neste sábado, realiza o seu quinto treino, preparando-se para o clássico regional.

Já do lado celeste, os primeiros dias foram marcados por negociações e especulações quanto a uma saída de Montillo. O presidente Gilvan Tavares reuniu-se com diretor do Grêmio Rui Costa, para negociar uma transferência, fato que não foi concretizado. O empresário do atleta, Sergio Irigoitia, esteve na Toca da Raposa II, na quinta-feira, “roubando” a atenção de todos.

Montillo se eximiu de falar sobre negociações e disse que estava apenas concentrado no clássico. “Dessa vez, vou deixar falar o presidente. Não sei financeiramente como está o Cruzeiro. Já disse que vou sentar com o presidente para saber como está a situação, não quero brigar com ele. Minha postura é esperar. Se chegar proposta e o for o momento de sair, vamos acertar”, disse.

Em campo, o técnico Cuca adotou a “velha tática” de fechar um treinamento tático da semana. Na quinta-feira, o comandante realizou um treino em que a imprensa só teve acesso à parte interna da Cidade do Galo 50 minutos após o início. Celso Roth também fez mistério e fechou o treino da tarde de sexta-feira, na Toca II, por 45 minutos.

O treinador celeste avisou que não faria mistério, quarta-feira, já que o Cruzeiro não tem objetivos na última rodada. Mas mudou de ideia e não deixou a imprensa acompanhar a maior parte da atividade. Porém, sinalizou que deve manter a formação que vem utilizando nos últimos jogos.

O trabalho de quinta-feira foi marcado, no Atlético, pela participação do torcedor, que compareceu à Cidade do Galo em grande número, produzindo um clima do clássico de domingo, que terá apenas torcedores atleticanos no Independência.

No Cruzeiro, a presença da torcida aconteceu na sexta-feira. Mas os torcedores também tiveram também de “amargar” 45 minutos fora do centro de treinamento para acompanhar a atividade. Porém, depois do tempo de espera, aproveitaram para tirar fotos e pedir autógrafos.

Concentração

Uma das poucas diferenças entre os dois rivais, durante a semana de preparação, foi o tempo de concentração. O técnico Cuca manteve o acordo feito com os jogadores e só iniciará o confinamento no sábado, ao final do treino. Já Celso Roth optou em manter o grupo junto desde a sexta-feira.

A grande preocupação do técnico Cuca ao longo da semana foi não repetir os erros na preparação da equipe que antecedeu o clássico de 2011, quando o Atlético foi goleado por 6 a 1. “Tudo na vida é aprendizado, a gente aprende todos os dias, desde que queira aprender e não seja dono da verdade, no erro a gente aprende mais que no acerto, vai para casa e fica pensando no que poderia fazer errado”, afirmou.

“Naquele jogo com o Botafogo, vencemos por 4 a 0 e agradecemos em campo, por não precisar de mais nada no clássico que era mando do Cruzeiro. Lógico que a intensidade de treinamento fica diferente, a gente concentrou dois dias antes, trabalhamos igual, mas o Cruzeiro se preparou melhor”, afirmou Cuca, referindo-se ao que aconteceu em 2011.

“A torcida do Cruzeiro rezou juntos de mãos dadas lá fora, se fechou 100%, eles tiveram uma mobilização melhor, tinham objetivo de salvar o Cruzeiro, deram oito chutes para gol e seis entraram, a gente chegou e marcou uma vez. Então temos de aprender com estas coisas”, acrescentou.

No lado celeste, o técnico Celso Roth optou, desta vez, por adiantar a concentração, iniciada na sexta-feira, para diminuir a ansiedade dos atletas. Isso porque, segundo ele, foi difícil controlar a expectativa para o clássico com o Atlético-MG.