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Atlético-MG vence em casa, se aproxima do G4 e 'afunda' Palmeiras

Do UOL, em Belo Horizonte

10/08/2014 20h24

Atlético-MG e Palmeiras fizeram um jogo franco, neste domingo, no Independência, em que a busca do gol foi constante, mas em que os erros, especialmente de passes, comprometeram as atuações das equipes. Menos mal para o Atlético-MG, que não desistiu de buscar o triunfo até o fim, depois de sair à frente com gol de Diego Tardelli, ceder o empate com Henrique, mas marcar por meio de Dátolo, aos 42 min do segundo tempo, chegou ao triunfo, por 2 a 1. A ironia fica por conta do gol que derrotou a equipe palmeirense ter sido marcado por um argentino, contra um time recheado de Hermanos. Dessa forma, o time palmeirense completou oito jogos seguidos sem vitória no Brasileirão e o técnico Ricardo Gareca segue sem sentir o gosto de um triunfo pelo Campeonato Nacional.

A sétima derrota do Palmeiras na competição só não piorou a classificação da equipe por causa dos tropeços de Botafogo e Vitória, mas, a situação é preocupante e a zona de rebaixamento uma ameaça ainda maior. O time de Gareca continua com 14 pontos, um a mais apenas que o time botafoguense, que abre a zona de degola. "É difícil explicar o que acontece, mas temos de ter consciência. Nosso time tem de lutar porque senão pode acontecer o pior", disse o zagueiro Lúcio.

Já o Atlético-MG, que obteve sua segunda vitória consecutiva como mandante, chegou aos 22 pontos e assumiu a sexta posição, reduzindo para quatro a distância em relação ao G4 do torneio. E os atleticanos saíram reclamando a não marcação de dois pênaltis: um possível empurrão de Tobio em Luan e um toque de Victor Luiz. A arbitragem considerou normal os dois lances.

As fases do jogo: O primeiro tempo começou em ritmo intenso, com os dois times se movimentando muito e deixando evidente que ambos buscavam os três pontos. Preocupados em atacar, ambos deixavam a desejar na marcação e cediam espaços aos adversários. O Atlético-MG tinha mais posse de bola, enquanto o Palmeiras contra-atacava com perigo. Com menos de 10 minutos, Victor havia feito duas defesas em chutes de Wesley e Weldinho. E, com menos de 15 minutos, cada time havia colocado a bola nas redes do oponente, com Leandro e Diego Tardelli, mas, nos dois casos, os lances estavam parados por impedimento. O jogo era aberto, mas fraco tecnicamente e com muitos erros de lado a lado. A melhor chance atleticana foi aos 22 min, em belo chute de Diego Tardelli, muito bem defendido por Fábio. Aos 38 min, Guilherme, que fazia boa partida, deixou o gramado com dores na coxa direita, segundo o médico Rodrigo Lasmar, sendo substituído por Dátolo. Quando parecia que a etapa inicial terminaria 0 a 0, Tardelli acertou belo chute de esquerda, aos 44 min.

Os dois times voltaram para o segundo tempo com as mesmas formações que terminaram a etapa anterior. O Atlético tentava ampliar sua vantagem, mas em uma falha de seu sistema defensivo, após cobrança de escanteio por Allione, viu o Palmeiras empatar, com Henrique. A partida seguia aberta e com sucessivas oportunidades de gols. Aos 14 min, Jô desperdiçou chance incrível, batendo de perna esquerda para defesa de Fábio. No ataque seguinte, foi a vez do Palmeiras, que quase desempatou após falha de Victor na reposição da bola. Para tentar reassumir as redes do jogo, Levir Culpi atendeu o pedido, em coro, do torcedor atleticano e colocou Luan na vaga de Maicosuel. E o veloz atacante atleticano participou de um lance polêmico, quando Tobio o empurrou na área e arbitragem mandou o lance seguir para revolta de jogadores e torcedores da equipe da casa. O Atlético desperdiçou muitas chances na reta final, quando Fábio apareceu com boas defesas, como aos 39 min, em chute de Dátolo. E foi o argentino que fez o gol da vitória, aos 42 min.

O melhor: Diego Tardelli – Deu sequência aos bom momento que atravessa em sua carreira, assumindo a responsabilidade não apenas pela criação de jogadas ofensivas, mas também na finalização e foi premiado com um belo gol, em chute muito feliz, de perna esquerda. Mesmo depois do empate palmeirense continuou chamando a responsabilidade e servindo bem a seus companheiros.

O pior: Tobio – Estabanado, o zagueiro argentino falhou em diversos lances, não faltando escorregões perigosos. Além disso, protagonizou um lance polêmico, quando os atleticanos pediram pênalti sobre Luan, não marcado pelo árbitro Wagner do Nascimento Magalhaes.

A chave do jogo: Qualidade individual –Com espaços para jogar em função da fragilidade de marcação de ambos os times, Atlético e Palmeiras fizeram um jogo aberto, em que as chegadas nas áreas adversárias era uma constante. O que também era comum às duas equipes e que ajuda a explicar a dificuldade de transformar chances em gols era o excessivo número de passes errados. Em alguns momentos, atleticanos e palmeirenses não conseguiam trocar dois passes certos. O triunfo atleticano, entretanto, pode ser explicado pela maior qualidade individual de alguns de seus jogadores em relação aos palmeirenses.

Toque dos técnicos: Tanto Levir Culpi como Ricardo Gareca armaram seus times com preocupação ofensiva, partindo do princípio que o empate não lhes serviria. E foi assim durante a maior parte do tempo, mas o técnico argentino do Palmeiras percebeu na reta final o maior volume de jogo do adversário, que pressionava bastante, e recuou e equipe que, no entanto não conseguiu resistir à pressão atleticana. Depois de levar o segundo gol, foi a vez do Palmeiras pressionar e o Atlético se defender.

Para lembrar:

Homenagem aos pais. O Atlético-MG prestou homenagem a alguns pais que são torcedores do clube. Os 11 primeiros integrantes do programa sócio torcedor Galo na Veia puderam entrar em campo, junto com seus filhos e filhas, acompanhando os jogadores do alvinegro mineiro. Ao comemorar o belo gol marcado, aos 44 min do primeiro tempo, Diego Tardelli também fez sua homenagem, ao sair falando “obrigado pai, obrigado pai”. Em entrevista, no intervalo, ele falou que o gol era não só para seu pai, Tadeu, presente ao Independência, mas para os filhos Pietra e Diego e para “todos os pais”.

‘Perdoado’, mas sem escapar da multa, Jô jogou. Ausente quatro dias, em princípio sem justificativa, por causa de problemas com sua mulher e filho, o atacante Jô foi escalado desde o início contra o Palmeiras. Ele teve atuação discreta, embora tenha procurado o jogo, e não conseguiu quebrar o longo jejum, completando 11 jogos sem marcar. Foi substituído na reta final do jogo por André.

Desculpado, Valdívia desfalca Palmeiras. Valdívia voltou após o fracasso de sua negociação com o futebol árabe e das férias na Disney. Foi perdoado, escapou de qualquer punição, mas, ao contrário de Jô, no Atlético, o chileno não entrou em campo, desfalcando a equipe paulista.

Bola murcha. Os jogadores de Atlético e Palmeiras reclamaram em alguns momentos da bola, considerando-a vazia. O goleiro atleticano Victor apontou o problema, mais de uma vez, ao árbitro Wagner do Nascimento Magalhaes. Em jogos anteriores no Independência esse problema já havia sido observado.

ATLÉTICO-MG 2 X 1 PALMEIRAS

Data: 10 de agosto de 2014, domingo
Local: Arena Independência, em Belo Horizonte (MG)
Árbitro: Wagner do Nascimento Magalhaes - RJ (ASP-FIFA)
Assistentes: Dibert Pedrosa Moises - RJ (ESP-1) e Eduardo de Souza Couto - RJ (CBF-1)
Cartões amarelos: Josué (Atlético); Wesley, Tobio (Palmeiras)
Gols: Diego Tardelli, aos 44 min do primeiro tempo; Henrique, aos 8 min E Dátolo, aos 42 mindo segundo tempo

ATLÉTICO-MG:
Victor; Marcos Rocha, Leonardo Silva, Jemerson e Pedro Botelho; Pierre, Josué, Maicosuel (Luan) e Guilherme (Dátolo); Diego Tardelli e Jô (André)
Técnico: Levir Culpi

PALMEIRAS:
Fábio; Weldinho, Tobio, Lúcio e Victor; Renato, Wesley (Josimar), Allione e Felipe Menezes; Leandro (Mouche) e Henrique (Diogo)
Técnico: Ricardo Gareca