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Kardec se vinga de Nobre, marca e afunda Palmeiras. Valdivia sai tonto

Danilo Lavieri

Do UOL, em São Paulo

17/08/2014 17h56

Alan Kardec foi cruel. Aos 43 minutos do 2º tempo, o atacante são-paulino marcou o gol da vitória de sua equipe em cima do Palmeiras na noite deste domingo (17). O placar de 2 a 1 afunda a equipe de Ricardo Gareca na crise. Já são nove jogos sem vencer de forma consecutiva no Campeonato Brasileiro e a entrada na zona de rebaixamento, com 13 pontos. Já o São Paulo sobe na tabela, com 26 pontos e encosta no G-4. 

Quis a história do clássico, que parecia definido no 1 a 1, que justamente o atacante que saiu brigado com o presidente do Palmeiras Paulo Nobre definisse os três pontos. E tudo por causa de uma economia que vive seu maior questionamento. Mais crueldade ainda com o palmeirense é que no lance anterior Leandro, aposta da diretoria no lugar de Hernán Barcos, havia saído cara a cara com Rogério Ceni e desperdiçou. No rebote, o substituto de Kardec, Henrique, escorregou e perdeu gol bizarro.

E com os cantos "E ninguém cala, esse chororô, chora o presidente, chora a torcida, chora todo mundo, Kardec é tricolor!" e "1,2,3 vai cair para a Série B", o Palmeiras deixa o Estádio do Pacaembu ainda mais afundado na crise. Na próxima rodada, o Palmeiras encara o Sport, na Ilha do Retiro, o São Paulo encara o Internacional. Os dois jogos estão marcados para quarta-feira.

Fases do jogo: O Palmeiras começou melhor, com Valdivia sendo a referência do meio de campo. O problema foi que o chileno deixou o gramado, sentindo tontura, aos 18 minutos do 1º tempo. O time palmeirense, então, caiu muito de produção e viu o São Paulo melhorar um pouco, especialmente com Kaká tentando algumas jogadas. Marcelo Oliveira, no entanto, mostrou a marcação em dia e neutralizou o meia até o fim dos 45 minutos iniciais.

No segundo tempo, a torcida palmeirense começava a tentar empurrar sua equipe, quando o São Paulo abriu o placar com Pato e jogou um balde de água fria, especialmente após a falha de Fábio, que foi afastar e deu a bola nos pés do são-paulino. O gol, no entanto, fez o Palmeiras correr ainda mais em campo. Até que Felipe Menezes chutou de fora da área e a bola bateu na mão de Édson Silva. O juiz deu pênalti, convertido por Henrique. Depois disso, os são-paulinos jogaram mais no contra-ataque, enquanto que os palmeirenses se superaram na vontade.

Em uma boa jogada nos minutos finais, Leandro saiu cara a cara com Rogério Ceni, chegou a tirar o goleiro, mas viu o camisa 01 se recuperar. No rebote, ele tocou para Henrique que errou de maneira ridícula. E aí o ditado de quem não faz toma entrou em campo. E justo com Alan Kardec, que definiu a vitória com um gol de cabeça no fim do jogo. 

O pior: Pablo Mouche. O atacante ocupou o lugar de Leandro, que vinha muito mal, mas pouco fez dentro do campo e atuava mais como um marcador do que como um atacante. 

O melhor: Alan Kardec. Como bom atacante, apareceu na hora que precisava. Depois de apenas uma finalização durante o jogo, ele cabeceou e definiu a vitória de sua equipe.

Chave do jogo: Superação palmeirense. Ficou muito claro que o São Paulo tinha um time muito mais técnico do que o Palmeiras. Mas os donos da casa mostraram muita vontade, especialmente após saírem atrás no placar. Lúcio, Wendel, Tobio, Renato e até o estreante Cristaldo impressionaram pelo vigor físico. 

Toque dos técnicos - Ricardo Gareca apostou em colocar Valdivia, Marcelo Oliveira e Pablo Mouche como titulares, deixando Wesley, Leandro e Felipe Menezes no banco de reservas. O trio que ficou fora da partida vinha deixando a desejar. Já Muricy Ramalho apostou em reforçar o lado direito para evitar problemas como foi no jogo contra o Bragantino, colocando Paulo Miranda aberto. 

Para lembrar:
É Verdão! O Palmeiras voltou a vestir a sua tradicional camisa verde, com o símbolo normal. Ultimamente, a equipe desfilou com o traje azul e com o escudo da Cruz de Savoia, comemorando o centenário. 

Caindo no gosto da torcida. Allione mostrou que está cada vez mais adaptado ao Palmeiras e tem sido o melhor jogador no meio-campo. A torcida já vibra muito com suas aparições dentro do gramado.

Protesto, não! A Polícia Militar tirou uma faixa que protestava contra o diretor-executivo do Palmeiras, José Carlos Brunoro, e contra o gerente de futebol, Omar Feitosa. O detalhe é que o protesto não aconteceu na área da torcida uniformizada. 

Sai da frente! Denilson correu para finalizar em um toque de Kaká no 2º tempo e deu um encontrão no árbitro. O lance lembrou o incidente envolvendo Petros, do Corinthians, mas o são-paulino não forçou o choque.

Briga fora do estádio. Dois cambistas trocaram chutes e socos na entrada do estádio, na Praça Charles Miller. Alguns brigões entraram na roda e transformaram a confusão em uma batalha um pouco maior. 


FICHA TÉCNICA
PALMEIRAS 1 X 2 SÃO PAULO

Local: Pacaembu, em São Paulo (SP)
Data: 17 de agosto de 2014, domingo
Horário: 16h (de Brasília)
Público pagante: 20.267
Renda: R$ 822.057,50
Árbitro: Péricles Bassols (Fifa-RJ)
Assistentes: Rodrigo Henrique Correa e Silbert Faria Sisquim (ambos do RJ)
Cartões amarelos: Souza, Edson Silva e Álvaro Pereira (SAO); Tobio e Lúcio (PAL)
Gols: Alexandre Pato, aos 7 minutos do 1º tempo; Henrique, aos 15 minutos do 1º T; Kardec, aos 43 minutos do 2º T

PALMEIRAS: Fábio; Wendel, Lúcio, Tobio e Victor Luis; Renato, Marcelo Oliveira, Allione e Valdivia (Felipe Menezes) (Leandro); Mouche (Cristaldo) e Henrique
Técnico: Ricardo Gareca

SÃO PAULO: Rogério Ceni; Paulo Miranda, Rafael Toloi, Edson Silva e Alvaro Pereira; Denilson e Souza; Ganso (Hudson), Kaká e Alexandre Pato (Ademilson); Alan Kardec
Técnico: Muricy Ramalho