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Nem chuva, nem gol do São Paulo: a inabalável felicidade do cruzeirense

Luiza Oliveira

Do UOL, em Belo Horizonte

23/11/2014 19h11

Ser torcedor cruzeirense é uma grata tarefa nos últimos tempos. A torcida, que se acostumou aos títulos, pôde soltar com todos os méritos o grito de tetracampeão brasileiro neste domingo. Nem a chuva, nem a pressão do Goiás, nem o gol do São Paulo contra o Santos na distante Arena Pantanal, que tirou o título de Minas Gerais por sete minutos, abalaram a confiança e a felicidade dos torcedores.

O Mineirão foi tomado pelo azul e branco. Milhares de torcedores que foram assistir ao título do Cruzeiro com duas rodadas de antecipação, mesmo com as fortes chuvas que assolaram Belo Horizonte.
 
Desde o início da tarde, os cruzeirenses ocupavam os arredores do Mineirão para apoiar o time. Horas antes do início do jogo, o estádio já estava lotado por aqueles que tentavam fugir da chuva. Até o setor de visitantes tinha cruzeirenses infiltrados entre os goianos.
 
Mesmo antes de a bola rolar, os cruzeirenses já gastavam a garganta ao ritmo de "Vamos, vamos Cruzeiro" e "Nós Somos Loucos, Somos Cruzeiro".  O primeiro indício claro de que o título estava prestes a se concretizar foi o gol de Ricardo Goulart aos 12 minutos do primeiro tempo. A torcida explodiu e fez o Mineirão balançar. 
 
Mas a trajetória ainda teria alguns sustos até o final feliz. O primeiro veio quando o Goiás empatou o jogo aos 22 minutos do primeiro tempo com Samuel. O time esmeraldino cresceu na partida e fez o estádio se calar, deixando o clima apreensivo até o intervalo. A confiança deu lugar ao semblante sério e preocupado em alguns torcedores.
 
Já no segundo tempo, o gol do São Paulo contra o Santos até poderia ter dado ares de dramaticidade no Mineirão, mas não chegou a ser anunciado pelos altos falantes. Como o time celeste marcou seu segundo gol sete minutos depois, a maioria no estádio nem ficou sabendo que a certeza do título havia escapado por sete minutos.
 
Apesar do clima perfeito para a comemoração, o Goiás não quis entregar. Em uma boa chance dos adversários, Fábio fez um milagre impedindo o segundo gol. O feito foi o suficiente para acordar a torcida com os gritos de "é o melhor goleiro do Brasil".
 
Com a confiança em alta novamente, o grito de 'é campeão' foi entoado, ainda com timidez, aos 30 minutos do segundo tempo. Aos poucos, foi ganhando força e mais adeptos passaram a comemorar o título por antecipação, mesmo com a forte pressão do Goiás que obrigava Fábio a mostrar porque é ídolo da torcida.
 
Às 18h52, o apito final veio, enfim, coroar a torcida do melhor time do Brasil. O Mineirão veio abaixo com o grito de campeão seguido pelo hino do clube. "Cruzeiro, Cruzeiro querido", gritava a massa azul. Em uma só voz, o Mineirão voltou a balançar ao ritmo de "Nós Somos Loucos", enquanto o time dava a volta olímpica no estádio.  
 
Os nomes dos guerreiros campeões foram entoados com força pelas arquibancadas. Até o presidente Gilvan de Pinho Tavares foi homenageado e teve o nome gritado pelas arquibancadas.
 
Mas, para essa torcida que não se cansa de levantar taças, ainda não é suficiente. Já estão de olho na final da Copa do Brasil contra o rival Atlético-MG na próxima quarta-feira. "Hoje é o tetra, e na quarta é o penta. A tríplice coroa vai ser de novo nossa", bradava uma das torcedoras enquanto os outros torcedores xingavam o maior rival que será o próximo adversário.