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Vagner Love já driblou pressão e arrasou São Paulo e L. Fabiano em clássico

Vagner Love ao lado de Muñoz pelo Palmeiras em 2004 - Fernando Santos/Folha Imagem
Vagner Love ao lado de Muñoz pelo Palmeiras em 2004 Imagem: Fernando Santos/Folha Imagem

Dassler Marques

Do UOL, em São Paulo

04/08/2015 06h00

Há uma dose considerável de pressão sobre Vagner Love nesta semana que irá culminar em São Paulo x Corinthians no Morumbi. Mas, para o centroavante que é cobrado pela falta de gols, encontrar os são-paulinos é algo que remete a um dos jogos que marcaram sua carreira de muitos gols. 

Quem conta é Estevam Soares, treinador do Palmeiras em 2004. Na mesma semana em que foi vendido ao CSKA Moscou-RUS, Vagner Love pediu para ser escalado e decidiu o clássico com o São Paulo no Estádio do Pacaembu.

"Internamente, foi uma polêmica. Joga ou não joga? Ele estava vendido. E fui conversar com o Vagner e falei 'vamos tirar'. Eu me lembro da fala dele", narra Estevam, atualmente no comando da Portuguesa. "Ele me disse 'não, professor...me põe para jogar que vou arrebentar com o jogo e vou te ajudar a ganhar esse clássico'. 

Estevam Soares se lembra que o pedido de Vagner Love, o principal jogador do Palmeiras naquele momento, aos 20 anos, foi fatal. "A decisão estava em cima de mim. Eu senti que a diretoria não queria que colocasse, porque tinha vendido por um bom dinheiro, mas ele fez questão de jogar e foi um pedido que me marcou muito pelo profissionalismo dele. Assim, praticamente, ele ganhou do time do São Paulo sozinho. Foi o nome do jogo". 

Vagner Love foi o autor de dois gols na vitória do Palmeiras por 2 a 1: o primeiro, de cabeça, depois de cruzamento de Correa, e o segundo em falha de Rogério Ceni. O goleiro são-paulino deu rebote em chute de Pedrinho, e Love não perdoou. Camisa 9 do São Paulo, Luis Fabiano errou um pênalti, defendido por Sérgio, e acabou xingado de 'pipoqueiro'. Cicinho descontou no fim. 

Uma atuação daquelas, sem dúvida, é tudo que o Corinthians e Vagner Love gostariam que ocorresse no próximo domingo. O centroavante tem cinco gols na temporada, mas nenhum que fosse capaz de mudar sua realidade no clube. Há uma dificuldade de ajuste entre equipe e Love, que tem se dedicado para mudar de fase. O momento técnico dele também é ruim, diferentemente do que era em 2004, quando arrebentou com o São Paulo e partiu para ser campeão da Copa América com a seleção brasileira.  

Grato a Love pelo que produziu sob seu comando em um período curto, de aproximadamente dois meses, Estevam Soares vê pontos positivos. "Tenho visto os jogos do Corinthians e o mais importante, o Tite sabe disso e por isso tem mantido, é a vontade e a busca do Vagner", defende. 

"Você sempre tem a percepção de que ele está querendo, como foi nessa situação de 11 anos atrás. Ele ficou muito tempo fora, na China e está ainda sem as melhores condições. Claro que já deveria ter entrado em forma, claro que a força já não é a mesma que o caracterizou, mas a técnica é a mesma e a vontade de melhorar também", opina o treinador.